Economia

Mercado reduz perspectivas para inflação e produção industrial em 2020

Segundo dados do Boletim Focus, a estimativa de crescimento do PIB continua de 2,30% em 2020 e 2,50% em 2021

Inflação: o índice fechou 2019 em 4,31% ante 4,13% esperado pelo BC (Nacho Doce/Reuters)

Inflação: o índice fechou 2019 em 4,31% ante 4,13% esperado pelo BC (Nacho Doce/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de janeiro de 2020 às 09h13.

Última atualização em 13 de janeiro de 2020 às 09h41.

São Paulo - O mercado reduziu suas expectativas para a inflação e a produção industrial neste ano, de acordo com a pesquisa Focus que o Banco Central divulgou nesta segunda-feira.

A expectativa para a alta do IPCA em 2020 passou a 3,58%, 0,02 ponto percentual a menos do que na semana anterior, enquanto permaneceu em 3,75% para o próximo ano.

O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75% ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Em 2019, o choque da alta nos preços das carnes pressionou a inflação oficial do Brasil, terminando o ano acima do centro da meta oficial, porém dentro do limite pelo quarto ano seguido -- avanço de 4,31%, quando o centro da meta do governo era de 4,25%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento manteve o cenário de 2,30% em 2020 e 2,50% em 2021, de acordo com o levantamento semanal do BC. Entretanto, a perspectiva para a produção industrial neste ano foi piorada para uma expansão de 2,10%, contra 2,19% antes.

A pesquisa com uma centena de economistas mostrou ainda que não houve mudanças nas estimativa para a taxa básica de juros em 2020, com a Selic sendo vista em 4,5%. Para 2021, entretanto, a conta caiu a 6,25%, de 6,5%.

A Selic terminou 2019 a 4,5%, nova mínima histórica, após novo corte de 0,5 ponto percentual em dezembro, quando o BC indicou cautela em relação aos juros daqui para frente em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto.

A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.

Para 2022 e 2023, as instituições estimam que a Selic termine os dois períodos em 6,5% ao ano.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,04 para o fim deste ano e R$ 4,00 para 2021.

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