Sede do Banco Central: crescimento neste ano será o menor desde 2009. caso previsão se confirme (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 12h14.
Rio de Janeiro - Os analistas do mercado financeiro reduziram sua previsão para o crescimento da economia do Brasil neste ano de 0,21%, índice projetado há uma semana, para 0,20%, segundo o Boletim Focus, pesquisa semanal divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Caso a previsão seja confirmada, o crescimento econômico do Brasil neste ano será o menor desde 2009, quando o país sofreu uma retração de 0,33%.
A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país foi mantida em 0,80%. O Boletim Focus é feito a partir da entrevista com cerca cem economistas de bancos e instituições financeiras.
A nova pesquisa reflete o pessimismo dos analistas, que há um mês esperavam um crescimento econômico de 0,27% em 2014 e de 1,0% em 2015, com os indicadores da economia.
Segundo dados oficiais, no segundo trimestre deste ano a economia se contraiu 0,6%, e com isso acumulou dois trimestres consecutivos de crescimento negativo, entrando no que os especialistas qualificam de "recessão técnica".
A previsão dos analistas para o crescimento neste ano está muito abaixo da expansão de 0,9% esperada pelo governo, e até do 0,6% admitido pelo Banco Central em sua última análise trimestral.
Em qualquer um dos casos o Brasil sofrerá uma forte desaceleração econômica após a ligeira recuperação de 2013. Após haver registrado uma expansão de apenas 1,0% em 2012, a economia se recuperou no ano passado e cresceu 2,30%.
Em relação à inflação, os analistas elevaram sua projeção tanto para este ano como para o próximo ano.
Os economistas preveem que o Brasil terminará 2014 com uma inflação de 6,43%, acima do 6,40% projetado há uma semana, e que o índice chegará a 6,45% em 2015, igualmente acima do 6,40% esperado anteriormente.
Em ambos os casos o índice estará perto do teto máximo tolerado pelo governo. A meta para a inflação no país é de 4,50% anual, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais, o que permite que o índice chegue a um máximo de 6,50%.
Nos últimos doze meses até outubro, a inflação foi de 6,59%, por isso os analistas esperam uma desaceleração nos dois últimos meses do ano.