Informações sobre o Focus são divulgadas pelo Banco Central (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2012 às 09h00.
São Paulo - Em meio a sinais de que a economia brasileira vem encontrando dificuldades para deslanchar, o mercado reduziu ainda mais a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 para 2,72 por cento, ante 2,99 por cento na semana anterior, mostrou relatório Focus do Banco Central nesta segunda-feira.
No relatório da semana passada, analistas falaram pela primeira vez em PIB abaixo de 3 por cento e poucos dias depois, na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB cresceu apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre deste ano, quando comparado com o quarto trimestre de 2011.
Em relação à Selic, analistas mantiveram a perspectiva para o final deste ano em 8 por cento após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC ter levado a taxa básica de juros para o menor nível histórico na semana passada.
Na quarta-feira passada, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a Selic em 0,50 ponto percentual, para 8,50 por cento ao ano, deixando a porta aberta para mais cortes. Até então, o menor nível alcançado pela taxa era de 8,75 por cento.
Para 2013, a expectativa é de Selic a 9,38 por cento de acordo com a mediana das previsões, ante 9,50 por cento na semana anterior. Para o PIB a previsão de crescimento foi mantida em 4,50 por cento.
A fraqueza da atividade no Brasil é uma grande preocupação do governo e dos mercados. Diante da dificuldade da economia brasileira de mostrar sinais consistentes de crescimento, o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu que a economia brasileira deve crescer entre 3 e 4 por cento neste ano, abaixo da projeção inicial de 4,5 por cento.
Por conta disso, o governo tem adotado medidas de estímulo fiscal e monetário e já adiantou que pode fazer uma nova rodada de redução de tributos para estimular o investimento.
Inflação
No relatório Focus, as estimativas apontam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará este ano a 5,15 por cento, frente aos 5,17 por cento no relatório da semana passada. Para 2013 a expectativa ficou inalterada em 5,60 por cento.
Na semana passada, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou a alta em maio ao avançar 1,02 por cento, ante variação positiva de 0,85 por cento em abril, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Entretanto, o IPCA-15 -considerado uma prévia da inflação oficial- registrou alta de 0,51 por cento em maio, abaixo do esperado pelo mercado, indicando arrefecimento na alta dos preços. .
Isso dá suporte ao discurso do governo de que caminhará para o centro da meta oficial, de 4,5 por cento pelo IPCA.
Já a taxa de câmbio prevista pelo mercado, segundo o Focus, para o fim de 2012 é de 1,90 real por dólar, sem alterações em relação à semana passada.