Economia

Mercado reduz alta do PIB de 2018 de 1,47% para 1,44%, diz BC

Em relatório do boletim Focus, a instituição atribuiu a mudança na estimativa à frustração com a economia no início do ano

PIB: marcado financeiro desacelerou as perspectivas em relação ao crescimento da economia brasileira no ano (Nelson_A_Ishikawa/Thinkstock)

PIB: marcado financeiro desacelerou as perspectivas em relação ao crescimento da economia brasileira no ano (Nelson_A_Ishikawa/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de setembro de 2018 às 09h33.

Última atualização em 3 de setembro de 2018 às 09h36.

Na esteira dos números mais recentes da economia, a expectativa de alta para o PIB este ano passou de 1,47% para 1,44%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 3, pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa era de crescimento de 1,50%. Para 2019, o mercado manteve a previsão de alta do PIB de 2,50%, igual ao visto quatro semanas atrás.

No fim de julho, o BC reduziu sua projeção para o PIB em 2018, de 2,6% para 1,6%. A instituição atribuiu a mudança na estimativa à frustração com a economia no início do ano.

Na última sexta-feira, 31, foi a vez de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que o PIB cresceu apenas 0,2% no segundo trimestre, em função dos efeitos da greve dos caminhoneiros ocorrida em maio e junho. No primeiro semestre a alta acumulada foi de 1,0%.

No relatório Focus de hoje, a projeção para a produção industrial de 2018 foi alterada de alta de 2,61% para elevação de 2,43%. Há um mês, estava em 2,85%. No caso de 2019, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 3,00% para 2,89%, ante 3,00% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2018 permaneceu em 54,25%. Há um mês, estava no mesmo patamar. Para 2019, a expectativa foi de 57,40% para 57,60%, ante os 57,70% de um mês atrás.

Déficit primário/PIB

O relatório trouxe hoje manutenção na projeção para a área fiscal em 2018. A relação entre o déficit primário e o Produto Interno Bruto (PIB) este ano seguiu em 2,10%. No caso do próximo ano, foi de 1,50% para 1,55%. Há um mês, os porcentuais estavam em 2,00% e 1,50%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2018 foi de 7,50% para 7,40%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2019, passou de 6,90% para 6,85%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 7,40% e 6,90%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Desde o início de julho, as projeções do mercado para o déficit primário e o déficit nominal são publicadas no Focus.

Câmbio

O relatório também mostrou mudança no cenário para a moeda norte-americana em 2018. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano passou de R$ 3,75 para R$ 3,80, ante os R$ 3,70 verificados há um mês.

Para 2019, a projeção para o câmbio no fim do ano permaneceu em R$ 3,70, igual a quatro pesquisas atrás.

Preços administrados

O Relatório de Mercado Focus indicou hoje manutenção na projeção para os preços administrados em 2018. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano seguiu com alta de 7,20%. Para 2019, a mediana passou de elevação de 4,80% para alta de 4,77%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 7,00% para os preços administrados neste ano e elevação de 4,50% no próximo ano.

As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 7,2% em 2018 e 4,6% em 2019. Estes porcentuais foram informados no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em junho.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBoletim FocusCâmbioMercado financeiroPIB

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto