PIB: marcado financeiro desacelerou as perspectivas em relação ao crescimento da economia brasileira no ano (Nelson_A_Ishikawa/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de setembro de 2018 às 09h33.
Última atualização em 3 de setembro de 2018 às 09h36.
Na esteira dos números mais recentes da economia, a expectativa de alta para o PIB este ano passou de 1,47% para 1,44%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 3, pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa era de crescimento de 1,50%. Para 2019, o mercado manteve a previsão de alta do PIB de 2,50%, igual ao visto quatro semanas atrás.
No fim de julho, o BC reduziu sua projeção para o PIB em 2018, de 2,6% para 1,6%. A instituição atribuiu a mudança na estimativa à frustração com a economia no início do ano.
Na última sexta-feira, 31, foi a vez de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que o PIB cresceu apenas 0,2% no segundo trimestre, em função dos efeitos da greve dos caminhoneiros ocorrida em maio e junho. No primeiro semestre a alta acumulada foi de 1,0%.
No relatório Focus de hoje, a projeção para a produção industrial de 2018 foi alterada de alta de 2,61% para elevação de 2,43%. Há um mês, estava em 2,85%. No caso de 2019, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 3,00% para 2,89%, ante 3,00% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2018 permaneceu em 54,25%. Há um mês, estava no mesmo patamar. Para 2019, a expectativa foi de 57,40% para 57,60%, ante os 57,70% de um mês atrás.
O relatório trouxe hoje manutenção na projeção para a área fiscal em 2018. A relação entre o déficit primário e o Produto Interno Bruto (PIB) este ano seguiu em 2,10%. No caso do próximo ano, foi de 1,50% para 1,55%. Há um mês, os porcentuais estavam em 2,00% e 1,50%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2018 foi de 7,50% para 7,40%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2019, passou de 6,90% para 6,85%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 7,40% e 6,90%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Desde o início de julho, as projeções do mercado para o déficit primário e o déficit nominal são publicadas no Focus.
O relatório também mostrou mudança no cenário para a moeda norte-americana em 2018. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano passou de R$ 3,75 para R$ 3,80, ante os R$ 3,70 verificados há um mês.
Para 2019, a projeção para o câmbio no fim do ano permaneceu em R$ 3,70, igual a quatro pesquisas atrás.
O Relatório de Mercado Focus indicou hoje manutenção na projeção para os preços administrados em 2018. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano seguiu com alta de 7,20%. Para 2019, a mediana passou de elevação de 4,80% para alta de 4,77%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 7,00% para os preços administrados neste ano e elevação de 4,50% no próximo ano.
As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 7,2% em 2018 e 4,6% em 2019. Estes porcentuais foram informados no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em junho.