Economia

Mercado prevê que rombo primário extrapolará meta em 2017 e 2018

Nova projeção para 2017, feita a partir de dados coletados até o início de agosto, é de um déficit primário de 154,841 bilhões de reais

Economia brasileira: mercado espera que o governo não consiga atingir a meta fiscal em meio à queda na arrecadação e alta nas despesas totais (iStock/Thinkstock)

Economia brasileira: mercado espera que o governo não consiga atingir a meta fiscal em meio à queda na arrecadação e alta nas despesas totais (iStock/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 11h04.

Brasília - O mercado passou a ver rombos primários maiores para o governo central (governo federal, Previdência Social e Banco Central) tanto neste ano quanto no ano que vem, extrapolando em ambos os casos as metas definidas pelo governo, conforme relatório Prisma Fiscal divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta quinta-feira.

A nova projeção para 2017, feita a partir de dados coletados até o início de agosto, é de um déficit primário de 154,841 bilhões de reais, contra 145,268 bilhões de reais vistos antes, e bem acima da meta oficial de déficit de 139 bilhões de reais.

Para 2018, ainda segundo o Prisma Fiscal, a expectativa dos analistas para o rombo subiu a 130,528 bilhões de reais, contra 129 bilhões de reais anteriormente, cifra que correspondia exatamente à meta estabelecida para o ano que vem.

Os dados ressaltam a visão do mercado, já consolidada há tempos pelo menos para 2017, da impossibilidade de atingimento do alvo fiscal em meio à queda na arrecadação e alta nas despesas totais.

Nesta quinta-feira, o presidente Michel Temer se reúne com ministros da área econômica e com líderes partidários para redefinição do rombo, que poderá ser alargado para comportar frustração de receitas.

Em relação à trajetória da dívida bruta, cuja estabilização deverá ser novamente adiada diante dos desafios fiscais, economistas pioraram suas contas para este ano a 75,90 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra 75,60 por cento antes.

Já para 2017, a expectativa subiu a 79,06 por cento do PIB, sobre 78,67 por cento antes.

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileiraGovernoOrçamento federalPrevidência Social

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo