Economistas pioraram muito as expectativas para o déficit primário do governo central em 2018 (Marcos Santos/USP imagens/Reprodução)
Reuters
Publicado em 14 de junho de 2018 às 11h21.
Última atualização em 14 de junho de 2018 às 11h21.
São Paulo - Economistas pioraram muito as expectativas para o déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) em 2018, segundo o relatório Prisma Fiscal divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Fazenda, e agora o resultado esperado está muito próximo da meta oficial para o ano.
Pela mediana dos dados coletados até o quinto dia útil deste mês, a projeção para o rombo primário subiu a 151,192 bilhões de reais, contra 138,543 bilhões de reais anteriormente. A meta estabelecida pelo governo é de saldo negativo em 159 bilhões de reais.
A piora do cenário ocorreu após a greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias no final de maio e praticamente paralisou o país, e gerou enorme custo fiscal ao governo, de 13,5 bilhões de reais para bancar subsídios e renúncias fiscais que garantiram redução no preço do diesel até o fim deste ano.
Mesmo assim, o governo continuou reiterando a viabilidade da meta, citando bons resultados da arrecadação, por exemplo. No entanto, a greve terá forte impacto na economia, com os agentes econômicos reduzindo suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este, já abaixo de 2 por cento.
O Prisma mostrou ainda que, para 2019, a projeção agora é de um déficit primário de 117,875 bilhões de reais, pior que a conta de 105,930 bilhões de reais no levantamento anterior e também dentro da meta de 139 bilhões de reais.
Quanto à dívida bruta, os cálculos dos economistas ficaram piores para 2018, em 75,8 por cento do PIB, contra 75 por cento no mês passado. Para 2019, o cálculo foi a 77,80 por cento do PIB, sobre 76,80 por cento anteriormente.