BC: alta do PIB de 2019 passa de 1,00% para 0,93%, prevê Focus (Paulo Fridman/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de junho de 2019 às 09h21.
Última atualização em 17 de junho de 2019 às 10h54.
Brasília — Na esteira dos dados mais recentes de atividade econômica, a expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 passou de 1,00% para 0,93%, conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 17, pelo Banco Central. Além da queda no PIB, o mercado prevê a inflação e a taxa Selic menores.
A pesquisa mostrou que a estimativa agora é de que a taxa básica Selic termine este ano a 5,75%, uma forte redução ante estabilidade no atual patamar de 6,5%. A mediana para o IPCA este ano passou de alta de 3,89% para elevação de 3,84%.
Quanto ao PIB, já quatro semanas, a estimativa de crescimento era de 1,24%. Essa foi a 16ª queda seguida na estimativa dos analistas para o crescimento da economia neste ano.
Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão de expansão do PIB de 2,23% para 2,20%. Quatro semanas atrás, estava em 2,50%.
Na última sexta-feira, dia 14, o BC havia informado que seu Índice de Atividade (IBC-Br) cedeu 0,47% em abril ante março. Em relação a abril do ano passado, houve queda de 0,62%.
A projeção do BC para o crescimento do PIB em 2019 é de 2,0%. Esse porcentual deve ser atualizado no fim do mês, na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
No Focus agora divulgado, a projeção para a alta da produção industrial de 2019 foi de 0,47% para 0,65%. Há um mês, estava em 1,47%. No caso de 2020, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 3,00% para 2,80%, ante 3,00% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2019 passou de 56,23% para 56,10%. Há um mês, estava em 56,10%. Para 2020, a expectativa foi de 58,60% para 58,43%, ante 58,30% de um mês atrás.
Os economistas consultados passaram a ver três cortes seguidos de 0,25 ponto percentual na Selic, em setembro, outubro e dezembro. O cenário para 2020 também apresentou redução na estimativa para os juros, a 6,5% de 7% no levantamento anterior.
Com isso, as perspectivas para o mercado como um todo se alinham às do Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, que também baixou a conta para a Selic este ano a 5,75%, de 6,5%, mantendo a perspectiva para 2020 em 6,5%.
Há um mês, a previsão para a inflação estava em 4,07%. O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa também permaneceu em 3,75%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% para ambos os casos.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
As projeções mais recentes do BC, considerando o cenário de mercado, apontam para inflação de 4,1% em 2019 e 3,8% em 2020. Elas constaram no comunicado e na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou, no dia 7, que o IPCA de maio subiu 0,13%. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,66%.
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em junho de 2019, de inflação de 0,11% para deflação de 0,01%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Um mês antes, o porcentual projetado indicava inflação de 0,30%.
Para julho, a projeção no Focus foi de alta de 0,21% para 0,20% e, para agosto, passou de elevação de 0,11% para 0,12%. Há um mês, os porcentuais de alta eram de 0,19% e 0,13%, respectivamente.
No Focus desta segunda-feira, a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 3,59% para 3,57% de uma semana para outra - há um mês, estava em 3,58%.