Economia

Mercado melhora expectativa do PIB e eleva estimativa para inflação

A expectativa do mercado para a economia é de queda de 5,00% do PIB. Expectativa para a inflação é de alta de 2,65%

Economia brasileira: Prévia do PIB, mostrou recuo de 0,68% entre janeiro a março de 2019.  Foto: Ingo Roesler / Getty Images (Ingo Roesler/Getty Images)

Economia brasileira: Prévia do PIB, mostrou recuo de 0,68% entre janeiro a março de 2019. Foto: Ingo Roesler / Getty Images (Ingo Roesler/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de outubro de 2020 às 09h39.

Última atualização em 19 de outubro de 2020 às 09h42.

Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração 5,03% para queda de 5,00%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,05%. Para 2021, o mercado financeiro mudou a previsão do Produto Interno Bruto, de alta de 3,50% para 3,47%. Quatro semanas atrás, estava em 3,50%.

No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 6,00% para retração de 5,98%. Há um mês, estava em baixa de 6,30%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 4,53% para 4,27%, ante 5,01% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 67,00% para 67,40%. Há um mês, estava em 67,25%. Para 2021, a expectativa foi de 69,20% para 70,00%, ante 69,90% de um mês atrás.

IPCA

O Relatório de Mercado Focus mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 2,47% para 2,65%. Há um mês, estava em 1,99%. A projeção para o índice em 2021 seguiu em 3,02%. Quatro semanas atrás, estava em 3,01%.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3 25%, nesta ordem.

A projeção dos economistas para a inflação já está bem abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Em 9 de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de setembro foi de 0 64%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 3,14%.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 foi de 2,77% para 2,82%. Para 2021, a estimativa do Top 5 seguiu em 3,17%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 2,05% e 3,20%, respectivamente.

No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,50%, ante 3,48% de um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,38%, ante 3,50% de quatro semanas antes.

Déficit primário

O Relatório de Mercado Focus trouxe, ainda, manutenção na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano seguiu em 12,00%. No caso de 2021, permaneceu em 3,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 12,00 % e 2,80%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 15 80%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, foi de 6,50% para 6,87%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 15,30% e 6,50%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Os avanços nas projeções nos últimos meses refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, de superávit comercial de US$ 57,49 bilhões para US$ 57 56 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 55,30 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit seguiu em US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 52,75 bilhões.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 6,81 bilhões para US$ 6,71 bilhões, ante US$ 6,81 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo permaneceu em US$ 17,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 15,21 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 seguiu em US$ 50,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 53,76 bilhões. Para 2021, a expectativa permaneceu em US$ 65,00 bilhões, ante US$ 67,00 bilhões de um mês antes.

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