Economia

Com Michel Temer, mercado eleva projeções para o PIB

A melhora nas estimativas é sustentada pela expectativa de que o novo governo consiga aprovar no Congresso medidas necessárias para o ajuste das contas públicas


	PIB: o Bradesco, por exemplo, revisou a expectativa de crescimento do PIB de 2017 de 1,3% para 1,5%
 (Thinkstock/denphumi)

PIB: o Bradesco, por exemplo, revisou a expectativa de crescimento do PIB de 2017 de 1,3% para 1,5% (Thinkstock/denphumi)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2016 às 08h14.

São Paulo - Um dia após Michel Temer assumir interinamente a Presidência da República, aumentou o número de consultorias privadas e de bancos revisando para cima as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017.

As novas projeções indicam expansão de até 2,1% no ano que vem. No cenário anterior a estimativa mais otimista era de avanço do PIB de 1,3%.

A melhora nas estimativas de desempenho da economia é sustentada pela expectativa de que o novo governo consiga aprovar no Congresso medidas necessárias para o ajuste das contas públicas. Além disso, há indicadores antecedentes que sinalizam que a atividade já teria atingido o fundo do poço.

O Bradesco, por exemplo, revisou a expectativa de crescimento do PIB de 2017 de 1,3% para 1,5%. Segundo o economista-chefe Octavio de Barros, uma pesquisa mensal do banco com 4 mil empresas mostra "claramente que o pior ficou para trás".

"Os pedidos em carteira na média pararam de cair e os estoques já mostram clara tendência de retração", observa.

Barros ressalta ainda que o desempenho das vendas de papelão ondulado, fluxo de veículos pesados nas rodovias, vendas de materiais de construção, por exemplo, sinalizam melhora.

Também o Banco Fibra, baseado no desempenho de alguns indicadores antecedentes, acredita que o fundo do poço já tenha sido atingido. O banco revisou de 1% para 2,1% a projeção de crescimento do PIB para 2017.

"Diversos indicadores de confiança relacionados ao lado real da economia - indústria, serviços, comércio e construção civil têm mostrado nos últimos meses alguma estabilidade que parece indicar que os empresários destes setores percebem que o pior já passou", diz o economista-chefe do banco, Cristiano Oliveira em relatório.

Além disso, o economista observa que, uma série de medidas comprometidas com o crescimento, estabilidade macroeconômica e austeridade fiscal que devem ser tomadas pelo novo governo deve melhorar o desempenho da economia.

Imediatismo 

Já na quinta-feira, quando Temer assumiu o comando do País, o Credit Suisse divulgou a sua nova previsão de PIB para 2017, de queda de 1% para crescimento de 0,5%. Em relatório enviado a clientes, os analistas apontam que a articulação política será determinante para reversão da recessão.

Os analistas afirmam que a mudança do cenário adverso requer aprovação de medidas no Congresso nas áreas da Previdência, do mercado de trabalho e do sistema tributário, atuações para elevar a produtividade da economia e ações emergenciais para reduzir o déficit primário, englobando corte de gastos, redução das renúncias tributárias e alta de tributos.

Enquanto há bancos e consultorias que já alteraram as projeções outros aguardam as próximas semanas para alterá-las, mas já colocaram o viés de alta. A Rosenberg Consultores ainda mantém dois cenários para o crescimento do PIB em 2017, um negativo com queda de 0,8% e outro positivo com um avanço de 1%.

Mas, segundo a economista-chefe da consultoria, Thaís Zara, essa previsão deve ser alterada para um crescimento de 1% a 1,5% no PIB do ano que vem. A mudança se baseia em indicações de que o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, terá base parlamentar necessária para aprovar as mudanças necessárias para fazer o ajuste fiscal e da Previdência.

A consultoria MB Associados é outra que ainda não mudou a previsão do PIB para 2017, mas colocou um viés de alta. Sergio Vale, economista-chefe, diz que, por ora a previsão de expansão é de 0,6%, mas acredita ser provável alcançar alta de 1% a 2%.

"Estamos esperando as primeiras medidas, especialmente como elas serão levadas no Congresso e se conseguirão ser aprovadas sem muitos percalços." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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