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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.
As pesquisas de intenção de voto divulgadas ontem e hoje (18/09) confirmaram as expectativas do mercado: o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva se isola na liderança da corrida presidencial. A possibilidade de uma vitória da oposição já no primeiro turno das eleições, a insistência dos Estados Unidos em declarar guerra contra o Iraque e a previsão de mais indicadores negativos da economia americana são fatores a serem levados em conta na decisão sobre a taxa básica de juros. A aposta da maioria do mercado é que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, mantenha os atuais 18%.
A reação negativa do mercado com o crescimento de Lula nas pesquisas - a qual fez o dólar fechar em alta toda a semana - é considerada exagera por alguns analistas. Afinal, como explicar o repentino temor com Lula, que desde o princípio da campanha sempre liderou as pesquisas com relativa folga? "O mercado tem movimentos interessantes e nem sempre justificáveis, pelo menos à primeira vista", afirmam os analistas do Lloyds TSB. "O risco-Ciro foi superestimado, já que o risco-Lula nunca deixou de existir."
De qualquer forma, na opinião do Lloyds é que o medo do mercado é exagerado. Primeiro, porque a eleição ainda não está definida. Segundo, porque as declarações de Lula e de sua equipe são positivas em relação à condução política econômica a partir de 2003.
A incerteza eleitoral é um dos motivos que sugerem a manutenção da taxa de juros pelo BC, que deve olhar principalmente para o comportamento do núcleo da inflação. A trajetória é de alta: passou de 0,51% em julho para 0,65% em agosto e a taxa acumulada em 12 meses atingiu 7,16%. Muito acima da meta acertada para 2003. "O BC não deve passar a idéia de que deixará de tentar atingir o ponto médio da meta estabelecido para o ano que vem. Isto implicaria perda de credibilidade na política monetária", diz o Lloyds.
Não podem ser desconsideradas ainda a desvalorização do real e a deterioração do cenário internacional. Estes fatores completam as razões pelas quais o BC, mesmo considerando a taxa de juros atual elevada, mantenha seu valor.
Indicadores de hoje
A inflação no município de São Paulo (medida pelo Índice de Preços ao Consumidor, o IPC) caiu em relação ao mês passado. Ficou em 0,89% na segunda prévia de setembro, segundo a Fipe.
Em agosto, também na segunda quadrissemana, o IPC foi de 0,95%. Em relação à última prévia de setembro também houve queda, de 0,10 ponto percentual.
O índice fechado de agosto passado ficou em 1,01%, maior taxa mensal registrada em São Paulo desde agosto de 2001, quando a inflação atingiu 1,15%.
A Fundação Getúlio Vargas divulga outro índice de inflação, o IGP-M (segunda prévia do mês de setembro). A expectativa é que fique em torno de 1,8%.
Nos Estados Unidos, serão divulgados o índice de preços ao consumidor (agosto), o resultado da balança comercial (julho) e os ganhos reais (agosto).