Economia

Mercado de trabalho passa por "resfriamento", diz FGV

Entre os fatores que motivam o desaquecimento estão o baixo desempenho da indústria, o câmbio desvalorizado e a elevação dos juros


	Carteiras de trabalho empilhadas sobre uma mesa: a mesma tendência é esperada para 2014
 (Jorge Rosenberg/VEJA)

Carteiras de trabalho empilhadas sobre uma mesa: a mesma tendência é esperada para 2014 (Jorge Rosenberg/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2013 às 14h20.

Rio - Mesmo que o nível de desemprego no Brasil encerre 2013 em patamares não muito distantes dos registrados no ano passado, o mercado de trabalho passa por um momento de "resfriamento", disse nesta segunda-feira, 09, o pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) Fernando de Holanda Barbosa Filho.

"A indústria não tem respondido conforme as expectativas, o Banco Central está elevando juros, o câmbio está desvalorizando e a economia vem novamente crescendo pouco este ano. A combinação desses fatores não gera um cenário positivo", avaliou.

Para ele, um nível de desemprego em torno de 5,5% deve ser um "bom número" para 2013. "O mercado de trabalho vai fechar este ano em um número bom, mas com redução de desempenho em relação ao ano anterior", previu.

Segundo Barbosa Filho, a alta de 2,6% no Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) registrada no mês de agosto (ante -5,7% em julho) pode ser passageira. "A recuperação é claramente sazonal. Não vai surpreender se (nos próximos meses) vier uma piora gradativa", afirmou.

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que registrou queda de 2,3% em agosto (ante +7,2% em julho), também pode voltar a transmitir uma deterioração nas expectativas, avançando nos próximos meses. "O índice voltou a cair, mas a tendência é de alta", ressaltou.

A mesma tendência é esperada para 2014 mas o pesquisador ressalta que nada impede que o governo promova medidas que visem a inverter esse cenário negativo para o mercado de trabalho. Apesar de garantir que não há, ainda, nenhum dado alarmante, ele disse que a euforia talvez tenha passado. "A não ser que haja uma inversão dos resultados, 2014 vai ser pior", avaliou.

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