Economia

Mercado de arte é mais uma vítima da desaceleração da China

2015 registrou recordes na venda de obras de Modigliani e Picasso, mas teve queda nos valores totais graças a uma desaceleração na China


	Leilão do quadro Nu Couché de Modigliani, vendido por US$ 170 milhões
 (Timothy A. ClaryAFP/Getty Images)

Leilão do quadro Nu Couché de Modigliani, vendido por US$ 170 milhões (Timothy A. ClaryAFP/Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 12 de março de 2016 às 16h38.

São Paulo - O mercado de arte não teve um bom 2015, de acordo com um relatório lançado pela European Fine Art Fair (TEFAF).

Os valores totais caíram 7%, de US$ 68,2 bilhões para US$ 63,8 bilhões, e o volume de vendas caiu 2% e ficou em 38,1 milhões.

Os Estados Unidos continuam os líderes de longe, com 43% do valor total, e experimentaram um crescimento de 4% que levou o total do país para um recorde de US$ 27,3 bilhões.

Já a China, envolta em suas próprias dificuldades, teve uma queda forte de 23% para um total de US$ 11,8 bilhões. Com 19% do mercado, perdeu a segunda posição mundial para o Reino Unido, que tem 21%.

Os altos valores seguem dominando o mercado. Menos de 1% das obras são vendidas por mais de US$ 1 milhão, mas elas respondem por 57% do valor de vendas em leilões.

Este segmento cresceu 400% na última década, taxa quatro vezes maior do que o resto. Dentro deste universo, o nicho de obras acima de US$ 10 milhões cresceu ainda mais rápido: 1.000% no mesmo período.

No ano passado, trabalhos de Modigliani e Picasso estabeleceram novos recordes com valores acima de US$ 170 milhões cada.

"O cenário que emerge de 2015 é de um mercado altamente polarizado em que a maior parte do valor dentro do mercado é dividido em dois setores - pós-guerra e arte moderna e contemporânea - e concentrado em vendas nos níveis mais altos", diz o texto.

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