Eric Rosengren: "Embora claramente existam riscos relacionados ao comércio e às preocupações geopolíticas, a redução das taxas para lidar com a incerteza não vem de graça" (Boston Globe/Getty Images)
Reuters
Publicado em 20 de setembro de 2019 às 11h14.
Washington — O presidente do Federal Reserve de Boston, Eric Rosengren, que discordou da decisão do banco central dos Estados Unidos de cortar a taxa de juros nesta semana, repetiu nesta sexta-feira que o estímulo monetário não era necessário para a economia dos EUA e apresentava seus próprios problemas.
"Não é necessário estímulo monetário adicional para uma economia em que o mercado de trabalho já está apertado, e [o estímulo] corre o risco de inflacionar ainda mais os preços de ativos de risco e incentivar famílias e empresas a aproveitar demais a alavancagem", afirmou Rosengren em comunicado explicando sua decisão.
"Embora claramente existam riscos relacionados ao comércio e às preocupações geopolíticas, a redução das taxas para lidar com a incerteza não vem de graça", acrescentou.
Na quarta-feira, o Fed votou por 7 a 3 para cortar os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual, para uma faixa de 1,75% a 2,00%, após um corte semelhante em julho e classificado pelo chairman do Fed, Jerome Powell, como "ajuste de meio de ciclo" para manter uma expansão econômica recorde nos EUA.
Gastos robustos dos consumidores, baixo desemprego e alguns outros dados econômicos recentes sugeriram que a economia dos EUA ainda está crescendo moderadamente, mas várias autoridades do Fed têm estado preocupadas com o impacto da desaceleração do crescimento global e da prolongada guerra comercial EUA-China, particularmente no setor manufatureiro.
Rosengren e a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, discordaram de ambos os cortes nas taxas de juros deste ano, enquanto o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, queria reduzir mais ainda os custos dos empréstimos — em 0,5 ponto percentual — na reunião de política monetária desta semana. Ele citou sinais de que o setor manufatureiro norte-americana já parece estar em recessão.