Economia

Meirelles projeta 6 milhões de empregos com reforma trabalhista

A previsão do ministro da Fazenda, de prazo para a geração desse número de postos de trabalho, é de uma década

Meirelles: ele disse também que a pasta está discutindo com o Congresso a reoneração da folha de pagamento (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Meirelles: ele disse também que a pasta está discutindo com o Congresso a reoneração da folha de pagamento (Patricia Monteiro/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 11h31.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira, 28, acreditar que 6 milhões de empregos serão criados ao longo dos próximos dez anos na esteira da reforma trabalhista. O ministro concedeu na manhã desta quarta-feira, 28, entrevista à Rádio Paiquerê AM de Londrina.

"A reforma trabalhista está sendo implantada aos poucos pela Justiça. Acreditamos que com a reforma trabalhista criaremos 6 milhões de empregos em dez anos", disse.

A previsão sobre a geração dos 6 milhões de postos de trabalho em uma década foi feita por Meirelles ao ser perguntado do porquê de o desemprego continuar tão elevado após três meses da entrada da reforma em vigor.

O ministro explicou que os resultados não são ainda muito claros porque a reforma está sendo implantada aos poucos pela Justiça Trabalhista.

Reoneração

Meirelles disse também que a pasta está discutindo com o Congresso a reoneração da folha de pagamento. O benefício da desoneração foi concedido pelo governo de Dilma Rousseff, quando Guido Mantega era o titular da Fazenda, e tinha como contrapartida a manutenção e geração de empregos por parte das empresas.

Ocorre, de acordo com Meirelles, que, durante vigência da desoneração, o desemprego aumentou. "Quando foi feita a desoneração, a justificativa era gerar empregos. No entanto o desemprego aumentou. A desoneração não funcionou", criticou o ministro da Fazenda.

Para o ministro, é importante que a sociedade saiba que não adianta conceder incentivos que não funcionam à empresas.

PIS/Cofins

O ministro da Fazenda descartou uma reforma tributária ampla neste momento. Segundo o ministro, uma reforma tributária mais abrangente mexeria com os interesses distintos de Estados, municípios e dos diversos setores da economia.

De acordo com o ministro, para evitar conflitos o governo optou por reformar primeiro os impostos federais, no caso o PIS e o Cofins. Meirelles afirmou que o projeto de simplificação do PIS/Cofins está em fase de preparação para ser enviado ao Congresso.

"Após a reforma do PIS/Cofins, vamos discutir a reforma dos impostos estaduais e municipais", disse o ministro, para quem a simplificação do PIS/Cofins já representa um grande avanço. Meirelles fez questão de frisar que todas as medidas reformistas estão sendo tomadas num contexto de muita responsabilidade.

Políticas bem aplicadas

O ministro da Fazenda disse que políticas bem aplicadas pelo atual governo, como o teto de gastos, por exemplo, resultaram na alta do Produto Interno Bruto (PIB), na queda da inflação e na redução da taxa básica de juros. O PIB, segundo expectativas do mercado, deve ter crescido em torno de 1% em 2017 após quedas em dois anos que somaram quase 8%.

Para este ano, o ministro diz trabalhar com uma expectativa de crescimento da ordem de 3%. "Mas pode crescer mais", disse Meirelles, acrescentando que o mercado já está revisando as projeções para o PIB em 2018 para acima de 3%.

Funcionários públicos

Meirelles foi perguntado sobre o reajuste dos funcionários públicos. Ele afirmou que os salários da categoria são reajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que teve uma variação baixa. No acumulado dos últimos 12 meses a inflação por este indicador subiu 1,8%. "A queda do INPC é boa e traz ganhos para todo mundo", comentou.

O ministro destacou que a economia saiu de sua maior recessão e que só em 2018 serão gerados 2,5 milhões de empregos por todo o Brasil.

Candidatura

Sobre sua eventual candidatura à sucessão de Michel Temer, o ministro da Fazenda disse que só se decidirá por volta de 7 de abril. Voltou a dizer que está focado no momento apenas em dar continuidade ao seu trabalho de fazer a economia manter a retomada do crescimento. Afirmou também que o que está faltando para se decidir é uma frente política com governadores e prefeitos que venham a apoiá-lo. "Não se faz uma candidatura individual", disse.

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