Economia

Meirelles: Privatizar Sabesp já é consenso, mas União precisará ajudar

Para ter sucesso em seu plano, o governo paulista precisa da aprovação de uma MP sobre regulação do setor para viabilizar a venda da estatal

Meirelles: nas últimas semanas, a indecisão do governo sobre o futuro da empresa gerou volatilidade nas ações (Sérgio Dutti/Divulgação)

Meirelles: nas últimas semanas, a indecisão do governo sobre o futuro da empresa gerou volatilidade nas ações (Sérgio Dutti/Divulgação)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 11 de março de 2019 às 15h23.

Última atualização em 11 de março de 2019 às 15h25.

O governo de São Paulo chegou a um consenso de que o melhor a se fazer neste momento é privatizar a Sabesp, disse o secretário de Fazenda do Estado e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista em São Paulo.

Para ter sucesso em seu plano, no entanto, o governo paulista conta com o apoio do governo federal para que seja aprovada a Medida Provisória 868, que retira a vantagem competitiva de estatais ao transferir para União o poder de regulação do setor e é vista como necessária para viabilizar a venda da Sabesp.

“As pessoas com quem eu falei em Brasília se mostraram dispostas a ajudar na aprovação da medida”, disse Meirelles.

Sem a MP, que precisa ser votada ainda neste semestre sob pena de perder a validade, Meirelles afirma que ainda assim seria possível privatizar a empresa, mas que novas conversas seriam necessárias.

“Aí teremos que ver se o melhor caminho continua sendo a privatização ou se será melhor fazer uma capitalização na empresa”, disse.

Nas últimas semanas, a indecisão do governo sobre o futuro da empresa gerou volatilidade nas ações. Segundo o analista do JPMorgan, Henrique Peretti, o papeis poderiam ser negociados na casa dos R$ 40 caso a cia. seja capitalizada, mas devem mudar de patamar caso a escolha seja pela privatização, para algo entre R$ 48,5 e R$ 62, de acordo com nota do banco publicada em 6 de fevereiro. Na sexta-feira, as ações fecharam a R$ 39,21.

O governo de São Paulo também começou conversas sobre a renovação de concessões de algumas rodovias estaduais. “Queremos ver quem tem interesse em renovar antes do fim da concessão e quem não tem”, afirmou Meirelles.

O secretário reforçou ainda os planos do Estado de iniciar a privatização de presídios, como acontece em outros países, e de outras empresas menores, como a EMAE, empresa de água e energia do estado.

Acompanhe tudo sobre:Henrique MeirellesJoão Doria JúniorSabespsao-paulo

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China