Economia

Meirelles: Previdência pode comprometer 80% do Orçamento em 2026

O ministro afirmou que, se não houver a reforma, daqui a 10 anos "o governo só existirá para pagar a Previdência"

Meirelles: as reformas podem ajudar a mudar o patamar de crescimento da economia brasileira (Wilson Dias/Agência Brasil)

Meirelles: as reformas podem ajudar a mudar o patamar de crescimento da economia brasileira (Wilson Dias/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de outubro de 2017 às 15h54.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou em apresentação nesta quinta-feira, 26, em São Paulo que o aumento das despesas com Previdência pode levar os gastos com aposentadorias e benefícios a responderem por 80% do Orçamento federal em 2026, deixando o governo praticamente sem espaço para gastar com outros itens, como saúde e educação.

"Daqui a 10 anos o governo só existirá para pagar a Previdência, se tudo continuar como está", afirmou ao defender a necessidade da reforma no segmento.

O gasto primário do governo central tem tido crescimento nos últimos anos ao longo dos vários governos e se acelerou a partir de 2011, disse o ministro. Ao mesmo tempo, a maior parte dessas despesas é de gastos rígidos, ou seja, atrelados à Constituição.

Essa expansão do setor público expulsou o setor privado da economia (o chamado "crowding out" no jargão da economia), que agora começa novamente a recuperar seu espaço.

"Haverá redução do Estado na economia", disse ele ao falar de medidas como o teto que limita o aumento dos gastos públicos.

As reformas podem ajudar a mudar o patamar de crescimento da economia brasileira. O produto potencial brasileiro está hoje em 2,3%, disse Meirelles, ressaltando que com o avanço das reformas pode chegar a 3% em dez anos.

O ministro usou parte de sua apresentação também para falar de reformas microeconômicas, que vão melhorar o ambiente de negócios, elevar a produtividade e devem levar à queda do "spread" bancário (a diferença entre a taxa que o banco capta recursos e a que cobra dos clientes no crédito).

Meirelles ressaltou ainda que agora os brasileiros farão parte do cadastro positivo, mas quem desejar pode não ser incluído na lista de bons pagadores. "Hoje o bom pagador paga pelo mau pagador", disse ao falar do custo alto do crédito no Brasil.

Meirelles participou nesta quinta-feira de evento na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

Na plateia formada por empresários e executivos de empresas alemãs no Brasil, Meirelles ressaltou que a reforma do trabalho na Alemanha provocou forte geração de emprego e o objetivo é que o mesmo ocorra na economia brasileira.

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