Henrique Meirelles: ministro foi alertado do risco de um novo rebaixamento do rating do Brasil (Leonardo Benassatto/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 17h58.
Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, antecipou para esta quarta-feira, 20, a rodada de conversas com os representantes das três principais agências de classificação de risco para evitar um rebaixamento da nota do Brasil devido ao adiamento da reforma da Previdência para fevereiro de 2018.
A primeira conferência está ocorrendo com a Standard&Poor's. Depois, às 18h, será a vez da Fitch e, às 18h30, com a Moody's.
As conferências estavam marcadas para amanhã, mas o Ministério da Fazenda informou que Meirelles iria fazer as conversas hoje.
Meirelles foi alertado do risco de um novo rebaixamento do rating do Brasil. Sem a reforma, aumentam as incertezas em relação à trajetória da relação entre a dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a percepção é de que o risco maior é com a S&P, a primeira agência a dar ao Brasil o grau de investimento, em abril de 2008, e também a primeira a retirá-lo em setembro de 2015. Em agosto passado, a S&P reafirmou o rating do Brasil e colocou a perspectiva em negativa.
Com esse viés, o próximo passo é rebaixamento, caso não haja melhoras. A S&P manteve na época o rating em meio à piora da meta fiscal de déficit de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões.
O grau de investimento é uma espécie de selo do bom pagador. Depois da perda do grau de investimento, o rating do Brasil já caiu dois níveis pelas três agências que mantêm perspectiva negativa para a nota de risco do País.
Meirelles terá conferências na próxima quinta-feira para falar sobre a reforma da Previdência e as perspectivas econômicas de 2018.