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Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2010 às 18h48.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um evento em Goiânia para deixar claro o desejo de que o presidente do Banco Central permaneça no cargo até o final de seu mandato. Henrique Meirelles já abriu mão de disputar o governo de Goiás e, segundo o ministro Paulo Bernardo, também desistiu de uma vaga ao Senado.
A Meirelles restaria a possibilidade, hoje improvável, de ser candidato a vice, como nome do PMDB, na chapa encabeçada pela ministra Dilma Rousseff (PT).
"Da última vez que eu vim aqui, eu citei o nome do Meirelles e deu um bafafá danado", disse Lula em evento com o presidente do BC em Goiânia, referindo-se a uma viagem anterior, que chegou a ser vista como o lançamento do nome de Meirelles ao governo estadual.
"Desta vez, eu já não vou citar mais. Desta vez, eu disse 'Meirelles fica no governo até o final, cumpra o seu mandato comigo até o final'", acrescentou Lula. "Se você vai ser candidato ou não, esta decisão é do PMDB. Se você vai ser o vice, eu não vou dar palpite."
Desde que anunciou sua filiação no ano passado, se especula se Meirelles permanecerá no cargo até o final do governo ou se irá disputar as eleições e, neste caso, para quê.
OPÇÕES
As opções eleitorais que se apresentavam a Meirelles eram basicamente três. A primeira seria a candidatura ao governo de Goiás, mas ela esbarrava na pretensão do atual prefeito de Goiânia e ex-governador, Iris Rezende.
Na quarta-feira, em Brasília, Iris disse que abriria espaço para Meirelles ser o candidato, mas cobrou pressa na definição, argumentando que a demora poderia levar o partido a perder terreno na disputa estadual.
Um dia depois dessas declarações, o presidente do BC divulgou nota abrindo mão de ser candidato, reafirmando que seu futuro profissional será anunciado apenas no final de março --para disputar as eleições de outubro, os ocupantes de cargos executivos precisam deixar seus postos até o início de abril.
Uma alternativa seria disputar umas das duas vagas ao Senado que estarão em jogo no Estado, mas segundo o ministro do Planejamento, isso já foi descartado. "Ele não vai ser candidato a governador e já me disse que não será candidato ao Senado", disse Paulo Bernardo a jornalistas após evento com prefeitos no Rio de Janeiro, nesta manhã.
Quando repórteres insistiram se Meirelles não disputaria mesmo o Senado, o ministro disse: "acho que não, foi o que ele disse".
A última opção seria tentar emplacar como candidato a vice, na chapa de Dilma. Lideranças do PMDB ouvidas pela Reuters na convenção do partido no último sábado, no entanto, consideram isso improvável. Para elas, o lugar já tem dono, o presidente da legenda e da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP).
Sobre uma cadeira à Câmara dos Deputados, Meirelles sequer teria pensado nisso, depois de ter sido o candidato a deputado mais votado na história do Estado em 2002. Eleito pelo PSDB, abriu mão do mandato para aceitar o convite de Lula para assumir o comando do BC.
Mas, apesar das declarações de Paulo Bernardo e Lula, e das aparentes dificuldades para ser candidato a vice numa chapa PT-PMDB, o fato de Meirelles ter reafirmado na nota que só anunciará seu "futuro profissional" no final de março mostra que ele ainda não fechou as portas às eleições deste ano.