Consumidores caminham dentro do shopping Patio Brasil, em Brasília: expectativa de vendas para o Dia das Crianças sofre queda (Gregg Newton/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2014 às 13h01.
São Paulo - O movimento no comércio varejista deve cair nesse período que antecede o Dia das Crianças e deve continuar retraído pelo resto do ano, na comparação com o 2013, segundo levantamento feito pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (Fia) em parceria com a Felisoni Consultores Associados.
A pesquisa que avalia a intenção de compra dos paulistanos para o último trimestre mostrou que 40,4% dos entrevistados pretendem consumir bens duráveis, o que representa uma queda de 6,4 pontos percentuais em relação a igual período do ano passado.
Já o índice que mede a intenção de uso do crediário atingiu 63,4%, o que indica um recuo de 4,9 pontos percentuais.
Esse índice foi o mais baixo dos últimos oito anos e resultou de uma base de consulta com 500 consumidores da cidade de São Paulo, sondados sobre o desejo ou não de comprar produtos eletroeletrônicos; informática; cama, mesa e banho; cine e foto, móveis; telefonia e celulares; material de construção; linha branca; vestuário e calçados; automóveis e motos; imóveis; eletroportáteis e viagens e turismos.
“Acreditamos que esse Natal será pior que o do ano passado”, apontou Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Conselho do Provar/Fia.
Na avaliação dele, o desempenho no varejo ainda deve continuar fraco em 2015, independentemente do resultado da eleição presidencial.
Ele justificou que o próximo ano será um ano difícil poque haverá necessidade de ajustes dos preços administrados como o reajuste da gasolina, o que irá, certamente, causar impacto na inflação.
Os artigos de vestuário lideram a intenção de compra tendo sido apontados por 20,8% dos entrevistados, seguido por gastos com viagens e turismo (12,8%); eletroeletrônicos (9%) e material de construção (7,8%).
Já no quesito referente aos valores a serem gastos, o setor de imóveis liderou com índice de 38,2%, seguido por automóveis e motos (16,5%). Nas variações negativas estão os eletroportáteis (-53,2%); cama, mesa e banho (-47,6%) e linha branca (-31,8%).
Para Felisoni, as famílias estão preocupadas com a inadimplência, juros altos e inflação.
Já a pesquisa sobre a intenção de compras pela internet apresentou avanço de 0,8 ponto percentual, com pretensão de aquisição por 85,5% dos paulistanos.
Os produtos mais apontados são do setor de telefonia e celulares (28,6%), seguido de informática (26,6%) e eletroeletrônicos (25,3%).