Economia

Medidas protegem Brasil de possível piora da crise, diz Mantega

No início desta tarde, o ministro anunciou que a meta de superávit primário --economia feita para pagamento de juros da dívida-- deste ano foi elevada em 10 bilhões de reais

Mantega: "Tomara que os países ricos resolvam a situação. Mas não acho que isso aconteça, acho que a situação dos países ricos vai se arrastar" (Elza Fiuza/ABr)

Mantega: "Tomara que os países ricos resolvam a situação. Mas não acho que isso aconteça, acho que a situação dos países ricos vai se arrastar" (Elza Fiuza/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2011 às 00h00.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira que o aumento da meta de superávit primário anunciada mais cedo tem como objetivo proteger o país dos possíveis efeitos da uma piora da crise internacional.

"A economia mundial vive um momento delicado, em que os países avançados podem caminhar para a recessão," disse Mantega em mensagem gravada para evento de empresários, em São Paulo.

No início desta tarde, o ministro anunciou que a meta de superávit primário --economia feita para pagamento de juros da dívida-- deste ano foi elevada em 10 bilhões de reais, para 127,9 bilhões de reais.

Mantega repetiu na mensagem que a medida pretende criar condições para uma queda dos juros no país, assim fomentando investimentos privados. "O investimento sustentado no Brasil vai continuar", afirmou.

Sucedendo a mensagem de Mantega, o secretário-executivo do Ministério, Nelson Barbosa, explicou que, em meio ao pessimismo que se instalou nos mercados internacionais nas últimas semanas, devido a perspectivas negativas para a economia norte-americana e europeia, o governo brasileiro passou a trabalhar com um cenário de elevada liquidez internacional, o que é ruim para o país.

Assim, a saída para o Brasil é aumentar sua competitividade, melhorando a questão fiscal para dar maior liberdade à política monetária, reduzir os juros e incentivar o investimento privado.

Para Barbosa, o Brasil tem uma "posição confortável" para enfrentar uma eventual piora da crise, já que tem à mão reservas internacionais de 340 bilhões de dólares e pode novamente reduzir os depósitos compulsórios, se necessário, e a dívida pública tem trajetória cadente.

Segundo o secretário, os próximos desafios econômicos do país são o de ampliar o investimento e aumentar a produtividade.

Para combater de forma mais imediata a perda de competitividade devido ao câmbio valorizado, Barbosa citou medidas para apoiar os exportadores. Nesse sentido, ele afirmou que o governo trabalha para aperfeiçoar medidas recentes, no âmbito do Plano Brasil Maior.

"Vamos aperfeiçoar as medidas para beneficiar todas as empresas exportadoras e não apenas algumas", disse.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaGuido MantegaIndicadores econômicosPersonalidadesPIBPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs