Economia

Medidas políticas vão elevar inflação, diz BCE

Presidente do banco, Mario Draghi, ressaltou que injeção de dinheiro ainda é possível


	BCE: banco permence pronto para criar dinheiro no futuro se for necessário
 (Bloomberg)

BCE: banco permence pronto para criar dinheiro no futuro se for necessário (Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 11h59.

Frankfurt - Uma série de medidas de política lançadas no mês passado ajudará a elevar a <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/inflacao">inflação</a></strong> e a sustentar a concessão de empréstimos pelos bancos, mas o Banco Central Europeu (<strong><a href="https://exame.com.br/topicos/bce">BCE</a></strong>) permence pronto para criar dinheiro no futuro se for necessário, disse o presidente do banco central, <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/mario-draghi">Mario Draghi</a></strong>, nesta quinta-feira.</p>

O BCE manteve sua principal taxa de refinanciamento em 0,15 por cento e sua taxa de depósitos em -0,10 por cento, efetivamente cobrando dos bancos para que deixem seus recursos no banco central de um dia para o outro, conforme tenta elevar os empréstimos para pequenas e médias empresas.

As medidas reveladas no mês passado incluem a ampliação da duração da liquidez barata ilimitada para bancos até o final de 2016, e o oferecimento aos bancos de um plano de empréstimo de quatro anos.

Draghi disse que as medidas do mês passado afrouxaram ainda mais a postura de política monetária da zona do euro.

"As operações monetárias que vão acontecer nos próximos meses vão se somar à esta acomodação e vão sustentar a concessão de empréstimos por bancos", disse ele em coletiva de imprensa depois que o BCE manteve os juros inalterados. "As medidas vão contribuir para o retorno da taxa de inflação para níveis próximos a 2 por cento". Draghi disse que o Conselho Diretor do BCE está unido na disposição de lançar um programa de compra de ativos se a inflação cair ainda mais. O programa de compra de ativos tem como essência imprimir dinheiro para comprar dos bancos as dívidas privadas ou de governos para manter os custos de empréstimos baixos e impulsionar a concessão.

"O Conselho Diretor foi unânime em seu compromisso de também usar instrumentos não-convencionais dentro de seu mandato, caso seja necessário atacar ainda mais os riscos de um período prolongado de inflação baixa", disse Draghi.

Poucos analistas preveem que isso seja possível até o fim deste ano. O BCE disse que as medidas do mês passado podem demorar até um ano para surtirem todo o efeito. "Após o corte nas taxas em junho, eles vão esperar ... provavelmente até o fim do ano, para avaliar o efeito que terá", disse o economista do banco Berenberg, Christian Schulz.

TLTROs Será cobrado dos bancos um prêmio de 10 pontos base sobre as principais taxas de financiamento do BCE para as TLTRos, ou operações de refinanciamento de longo prazo direcionadas.

Ao oferecer aos bancos os empréstimos de quatro anos a taxas baixas, o BCE espera encorajar os empréstimos para empresas pequenas e médias na periferia da zona do euro. [nL2N0PE0WJ] Perguntas importantes permanecem, por exemplo o motivo pelo qual bancos concederiam mais empréstimos antes de testes de estresse que serão realizados ainda este ano, no qual eles devem demonstrar que limparam seus balanços contábeis. "Os bancos devem tirar total vantagem deste exercício para melhorar sua posição de capital e de solvência, e assim sustentando o escopo para expansão de crédito durante as próximas etapadas da recuperação", disse Draghi.

Acompanhe tudo sobre:BCEInflaçãoMario Draghi

Mais de Economia

Presidente do Banco Central Europeu prevê retorno da inflação para 2% na zona do euro

Banco Central comunica vazamento de dados de 53.383 chaves Pix cadastradas na Qesh

Setor público tem déficit de R$ 21,4 bi em agosto