Dilma: presidente disse ainda que medidas anunciadas hoje não são eleitoreiras (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2014 às 21h59.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff avaliou que as medidas anunciadas nesta quarta-feira (18) para estímulo à indústria objetivam aumentar a competitividade do setor.
"Eu acho que não só é uma questão de melhorar a relação com os empresários, é uma questão de melhorar a situação de competitividade da nossa indústria", disse, depois de se reunir com o Fórum Nacional da Indústria.
Dilma explicou que o pacote anunciado hoje atende a uma série de demandas apresentadas a ela, pelos empresários, em maio, que vão desde redução da parcela que deve ser paga inicialmente pelas empresas que desejam renegociar suas dívidas, até a ampliação da margem de preferência dos produtos nacionais para as compras públicas.
No fim do mês passado, o governo já anunciou que a desoneração da folha de pagamento será permanente.
Segundo o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, essa também foi a opinião dos empresários: que terá repercussão muito positiva aos anúncios.
“Todos eles saíram achando que essas medidas realmente vão ajudar a desobstruir alguns investimentos; vão dar mais competitividade. E, principalmente, o governo deixou claro que esse não foi o fim das medidas que podem ser implementadas, mas que isso é o início”, afirmou, acrescentando que grupos de trabalho discutem outras propostas com os representantes do governo.
Foi o que disse também o ministro da Fazenda, Guido Mantega: “Isso é um processo contínuo, onde você identifica questões, problemas e soluções que são implantadas. Então, não se surpreendam se houver novas [medidas]. Todo ano fazemos medidas novas, de aperfeiçoamento”, ressaltou.
De acordo com o ministro, o governo deseja que a indústria esteja preparada para um novo ciclo de expansão da economia pós-crise internacional.
“Para isso, ela [indústria] precisa ter todos esses ingredientes, custo mais baixo de financiamento, custo de tributação mais baixo, mão de obra qualificada”, disse.
Na opinião do presidente da CNI, medidas como a prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) são “extremamente importantes”, assim como a margem de preferência de 25% para a indústria brasileira.
“Muitos setores tinham uma margem de preferência de apenas 8%, o que não dava condições de competir com indústrias da China e outros países da Ásia”, exemplificou.
Segundo ele, Dilma também apresentou a possibilidade de serem feitas análises técnicas por alguns setores, com o objetivo de comparar produtos importados com os brasileiros.
O ministro Mantega garantiu que a proposta de criar uma Lei de Acesso à Biodiversidade seria assinada ainda hoje pela presidente Dilma, e será enviada ao Congresso.
Ainda de acordo com ele, a medida que vai suspender a fiscalização da norma que determina mais segurança em máquinas e equipamentos não vai prejudicar o trabalhador.
“[A norma] não foi eliminada, está sendo aperfeiçoada a legislação. Enquanto isso, foram suspensas as autuações. Isso ainda não é uma missão cumprida, é algo que está em processo”, disse, completando que o Ministério do Trabalho e Emprego está trabalhando no tema.
A presidente Dilma disse ainda que as medidas anunciadas hoje não são eleitoreiras. "Se for assim, tudo é eleitoral neste país. A lei é clara, não se toma certas medidas após determinado prazo.
Nós estamos perfeitamente no uso da legalidade neste país. O que temos de discutir é o seguinte: isso é necessário ou não é necessário para as empresas e indústrias? É cabível? Se não for cabível, está errado", disse.