Economia

Medidas do governo só afetam 'morador de cobertura', diz Haddad

Ministro também confirmou que o governo vai propor uma alíquota unificada de 17,5% de Imposto de Renda sobre os rendimentos de aplicações financeiras

Fernando Haddad, ministro da Fazenda no Governo Lula (Dney Justino / Audiovisual / PR)

Fernando Haddad, ministro da Fazenda no Governo Lula (Dney Justino / Audiovisual / PR)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 10 de junho de 2025 às 14h45.

Última atualização em 10 de junho de 2025 às 15h08.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 10, que as medidas anunciadas para aumentar a arrecadação do governo só "afetam morador de cobertura".

"Essas medidas atingem os moradores de cobertura, principalmente quem tem muita isenção fiscal, já que envolvem principalmente BET e o mercado financeiro. Eu vejo as medidas como mais estruturais e justas do ponto de vista tributário. Por isso, concordei com essa agenda, uma agenda que interessa à Fazenda", disse o ministro à jornalistas na saída do Palácio do Planalto.

No último domingo, Haddad, anunciou que o governo federal enviará ao Congresso Nacional uma medida provisória (MP) voltada para o mercado financeiro, para aumentar a arrecadação.

O anúncio foi feito após o encontro de Haddad com líderes da Câmara dos Deputados e do Senado, para tratar do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O ministro também confirmou que o governo vai propor uma alíquota unificada de 17,5% de Imposto de Renda sobre os rendimentos de aplicações financeiras. Além disso, anunciou a proposta de elevação na tributação sobre os Juros sobre Capital Próprio (JCP), de 15% para 20%.

Quanto à taxação mais alta na distribuição de JCP por empresas a acionistas, Haddad afirmou que, embora a medida já tenha sido apresentada anteriormente pelo governo e rejeitada pelo Congresso, ela estava fora das discussões iniciais. No entanto, foi incluída nas propostas após sugestão de parlamentares.

Segundo o ministro, o ganho fiscal obtido com a aprovação dessas medidas será utilizado, majoritariamente, para recalibrar o dispositivo que implementa a cobrança de IOF sobre o risco sacado, uma modalidade de crédito utilizada pelas empresas.

Para Haddad, a aprovação das propostas tende a favorecer a queda do dólar e dos juros, além de garantir o cumprimento das metas fiscais de 2025 e 2026.

Casa civil

Haddad também disse que as medidas do pacote alternativo ao aumento do IOF devem ser enviadas à Casa Civil já nesta terça-feira.

"As mesmas [medidas] que foram conversadas com os parlamentares nos expusemos ao presidente Lula. Estamos remetendo à Casa Civil, e possível que as medidas cheguem hoje na mesa do ministro. Ainda estão fechando os cálculos para mandar para lá", afirmou.

O ministro afirmou que foram os parlamentares que propuseram o aumento de IR sobre a distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP), de 15% para 20%.

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