Se vocês permitirem que essas emendas dos Lordes permaneçam, a negociação do Brexit será afetada, alertou May (Matt Dunham/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de junho de 2018 às 16h00.
Londres - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, alertou nesta segunda-feira os deputados do Partido Conservador que uma nova rebelião na Câmara dos Comuns na lei que define os parâmetros do "Brexit", a saída da região da União Europeia, afetaria as negociações com o bloco europeu.
A legislação volta à Câmara dos Comuns amanhã após ter ganhado 15 emendas na tramitação pela Câmera dos Lordes. May espera que seus aliados no parlamento rejeitem as modificações no texto.
O Partido Conservador não tem maioria absoluta na Câmara dos Comuns e precisa do apoio dos dez deputados do Partido Democrático Unionista (DUP), da Irlanda do Norte.
Em dezembro, 12 parlamentares conservadores se rebelaram e forçaram May a aceitar uma emenda que obriga o governo britânico a submeter o acordo do "Brexit" ao parlamento.
May pediu hoje diante do chamado Comitê 1922, um grupo que reúne todos os deputados "tories", exceto os que ocupam cargos de ministros, que não se repita a rebelião de dezembro.
"Devemos ter em mente a mensagem que o parlamento enviará à União Europeia. Estou tentando negociar o melhor acordo para o Reino Unido. Tenho confiança de que posso conseguir um acordo que nos permita assinar acordos comerciais e, ao mesmo tempo, ter uma fronteira com o bloco com os menores atritos possíveis", afirmou.
"Mas se vocês permitirem que essas emendas dos Lordes permaneçam, essa posição de negociação será afetada", alertou May.
A primeira-ministra do Reino Unido pretendia debater a lei do "Brexit" durante uma única sessão na Câmara dos Comuns, mas cedeu às pressões de diversos deputados, que querem mais tempo para discutir a questão. Dessa forma, o texto será analisado entre amanhã e a quarta-feira.
Os deputados avaliarão, entre outras emendas, uma cláusula que impede o governo de assinar um acordo do "Brexit" sem o apoio do parlamento e que poderia obrigar a primeira-ministra a voltar na mesa de negociação caso o pacto seja rejeitado pelos deputados.
Outra emenda defende a permanência do Reino Unido no Espaço Econômico Europeu (EEE), como forma de conservar o acesso da região ao mercado único do bloco.