Economia

O que está na reforma da Previdência que vazou; governo não confirma

O Estadão publicou detalhes de minuta da reforma, incluindo a fixação de uma idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem

Rogério Marinho: Secretário afirma governo só irá se manifestar quando proposta for ao Congresso (Divulgação/Agência Brasil)

Rogério Marinho: Secretário afirma governo só irá se manifestar quando proposta for ao Congresso (Divulgação/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 4 de fevereiro de 2019 às 21h04.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2019 às 21h24.

Brrasília - A proposta para reforma da Previdência veiculada na mídia nesta segunda-feira é apenas um dos textos que estão sendo analisados, disse o secretário da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e que governo segue negociando para tratar da consolidação da proposta e em que momento será enviada ao Congresso Nacional.

"Não vamos antecipar o processo", disse Marinho a jornalistas, destacando que o governo só irá falar sobre o tema quando a proposta chegar à Câmara dos Deputados.

O jornal O Estado de S.Paulo publicou nesta segunda detalhes de minuta da reforma, incluindo a fixação de uma idade mínima de 65 anos tanto para homens quanto para mulheres se aposentarem.

O texto, ao qual a Reuters teve acesso, define tempo mínimo de contribuição de 20 anos. Para trabalhadores rurais, a idade mínima de aposentadoria é de 60 anos de idade para todos.

Hoje, trabalhadores podem se aposentar por duas modalidades voluntárias. No critério por idade, a regra é de 65 anos para homens e 60 anos para mulheres, com tempo mínimo de contribuição de 15 anos. Por tempo de contribuição, são necessários 35 anos para homens e 30 para mulheres, sem exigência de idade mínima.

Já na previdência rural, a idade de acesso atualmente é de 60 anos para homens e 55 para mulheres, e não é necessário comprovar contribuição para recebimento dos benefícios.

A idade mínima mais alta no texto indica um endurecimento em relação à proposta do ex-presidente Michel Temer, aprovada em Comissão Especial na Câmara dos Deputados, que estabelecia uma idade mínima de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres.

Na última quinta-feira, uma fonte do Ministério da Economia disse à Reuters que o time econômico ainda não bateu o martelo sobre a idade mínima que será proposta na reforma e seguia considerando vários cenários, incluindo a fixação de 65 anos tanto para homens quanto para mulheres.

Segundo a fonte, a eventual adoção da idade mínima já aventada por Bolsonaro de 57 anos para mulheres e de 62 anos para homens exigiria implantação imediata, sem período de transição, para garantir o efeito fiscal desejado.

Capitalização

Em relação à introdução do regime de capitalização, o governo traz na emenda à PEC que "lei complementar poderá definir que o regime de previdência social seja organizado com base em sistema de capitalização, de caráter obrigatório, com a previsão de conta vinculada para cada trabalhador e constituição de reserva individual para o pagamento do benefício".

O texto afirma que a capitalização seria em regime de contribuição definida e que o trabalhador poderia usar parcialmente recursos no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para alimentá-la.

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