Marina Silva: para a Economist, candidata precisa superar "duas preocupações" (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2014 às 16h47.
Londres - A revista britânica The Economist traz editorial com tom crítico à candidatura de Marina Silva à Presidência da República. No texto, a publicação defende que Marina tem de "fazer mais para provar que merece" o Palácio do Planalto.
A Economist diz que "há pouca substância e muita conversa sonhadora sobre a 'nova política'" no discurso da ex-ministra.
Após a subida das intenções de voto da candidata do PSB, a The Economist dá amplo espaço à Marina Silva na edição impressa que chega às bancas neste fim de semana.
Além de uma reportagem sobre o avanço da ex-ministra, a revista publica editorial em que critica a falta de substância do discurso da candidata que atualmente é a principal concorrente de Dilma Rousseff.
"Marina Silva ainda tem de dizer mais sobre como exatamente uma pessoa relativamente estranha (outsider, em inglês) iria governar o Brasil. No momento, há muito pouca substância e muita conversa sonhadora sobre 'nova política'", diz o editorial.
"No final, os eleitores do Brasil têm de fazer uma escolha entre ficar entre a Rousseff sem brilho, o Aécio amigável aos negócios ou apostar na emocionante, mas obscura Marina Silva", diz o editorial.
Para a Economist, Marina precisa superar "duas preocupações".
"A primeira é a reputação de intransigência que tornaria difícil administrar o Brasil, onde o multipartidarismo é a norma", diz o texto, ao lembrar que a candidata deixou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva por oposição em relação a algumas políticas ambientais.
"Sua fé pentecostal faz com que ela não seja liberal em algumas áreas", completa o texto, ao citar a questão dos direitos civis dos homossexuais.
A outra preocupação da Economist é a experiência.
"Dilma Rousseff já é presidente e Aécio Neves governou bem o estado de Minas Gerais durante anos. Há pontos de interrogação sobre o fracasso de Marina Silva em registrar seu próprio partido político a tempo da campanha presidencial", cita o editorial.
"Ela sabe pouco sobre economia." A revista reconhece, porém, que a experiência tem benefícios questionáveis.
"Dilma era considerada uma gestora competente antes de assumir o cargo, mas sua interferência ajudou empurrar o Brasil para a recessão", diz o editorial.
"Marina tem um mês para preencher essas lacunas."