Economia

Marina defende autonomia do Banco Central

"Entendemos que era preciso dar um sinal forte, dizendo que a autonomia de fato, que agora estava sendo desacreditada, precisava agora ser institucionalizada"


	Marina Silva: "o governo tem feito uma série de desonerações que têm significado um prejuízo para o espaço fiscal"
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Marina Silva: "o governo tem feito uma série de desonerações que têm significado um prejuízo para o espaço fiscal" (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2014 às 06h51.

Brasília - A candidata pelo PSB à Presidência, Marina Silva, defendeu na quarta-feira a institucionalização da independência do Banco Central e uma avaliação das desonerações fiscais realizadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT.

Segundo a ex-senadora, o compromisso de formalizar a autonomia do BC já havia sido assumido por Eduardo Campos, que comandava a chapa presidencial do PSB até sua morte trágica em um acidente de avião há duas semanas.

"Nós somos favoráveis à institucionalização. E existem vários modelos que estão sendo estudados para ver como ela se efetivará", disse Marina em entrevista ao Jornal das Dez, da GloboNews. "Entendemos que era preciso dar um sinal forte, dizendo que a autonomia de fato, que agora estava sendo desacreditada, precisava agora ser institucionalizada", afirmou.

"A decisão foi anunciada por ele (Eduardo Campos) de que vamos fazer essa institucionalização." Mais cedo, o candidato do PSDB, Aécio Neves, garantiu independência do BC em um governo seu, mas não se comprometeu com sua formalização por lei. Atualmente, o Banco Central conta com autonomia operacional, mas não é formalmente independente.

Ao ser perguntada como pretende garantir recursos para cumprir a promessa de campanha de destinar 10 por cento do Orçamento da União para a Saúde, Marina falou em aumentar a eficiência dos gastos públicos e em reavaliar as desonerações promovidas por Dilma.

"O governo tem feito uma série de desonerações que têm significado um prejuízo para o espaço fiscal do governo. Essas desonerações precisam ser qualificadas", disse, reconhecendo, no entanto, que algumas delas são "importantes, estratégicas".

Marina aproveitou a entrevista para rebater acusações de que seria contrária a hidrelétricas, defendendo que as obras de novas usinas levem em conta sua viabilidade econômica, social e ambiental.

"Essa é uma questão que nós vamos resolver estruturalmente... Eu não tenho posição ideológica contra hidrelétrica. Pelo contrário, é uma fonte de suprimento de energia fundamental para o nosso país", disse, ao ser questionada sobre críticas que teria feito ao licenciamento de Belo Monte.

A candidata afirmou ainda que, se eleita, buscará fazer um planejamento estratégico para o setor "que combine o aproveitamento hídrico, que é muito importante para gerar energia, mas também uma matriz energética limpa, diversificada e segura". (Reportagem de Maria Carolina Marcello)

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCelebridadesDilma RousseffEduardo CamposEleiçõesEleições 2014GovernadoresGoverno DilmaMarina SilvaMercado financeiroPartidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSB – Partido Socialista BrasileiroPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados