Economia

Mapa Estratégico dobrará ritmo de crescimento da renda per capita

De acordo com a CNI, as metas do documento podem levar a renda per capita brasileira dos atuais US$ 14 mil para US$ 30 mil em 24 anos

Renda per capita: sem as iniciativas propostas pelo documento, o País levaria 50 anos para chegar nesse patamar (Thinkstock/Thinkstock)

Renda per capita: sem as iniciativas propostas pelo documento, o País levaria 50 anos para chegar nesse patamar (Thinkstock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de março de 2018 às 13h52.

Brasília - O Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022 divulgado nesta segunda-feira, 5, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) pode fazer o País dobrar a velocidade de crescimento da economia. De acordo com a entidade, as metas do documento podem levar a renda per capita brasileira dos atuais US$ 14 mil para US$ 30 mil em 24 anos. Sem as iniciativas propostas, o País levaria 50 anos para chegar nesse patamar.

"Seria frustrante chegar em 2022 com o padrão de crescimento dos últimos quatro anos", avaliou o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes.

O documento da entidade estima que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer em média 4% ao ano a partir de 2023, caso as iniciativas propostas pelo setor sejam levadas adiante. Sem as medidas, a média de expansão seria 2%.

A CNI levará as questões abordadas e as medidas sugeridas no Mapa Estratégico 2018-2022 aos candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano. Segundo Fernandes, é inevitável um novo ciclo de reformas estruturais no País. "A questão da Previdência Social mostra a inevitabilidade de uma reforma nessa área, por exemplo. Não há como adiar também a Reforma Tributária", completou.

Segurança jurídica e estabilidade no ambiente macroeconômico seriam outros pré-requisitos para aumentar a taxa de crescimento do País. O diretor da CNI destacou ainda que a inovação tecnológica é um dos pontos principais que deve ser levado em conta na estratégia do País para a economia. "Se no mercado global de bens há um pouco mais de ruído protecionista, no mercado digital a demanda é por mais liberdade", apontou.

O Mapa Estratégico traz 11 fatores-chave que levariam a um ganho de competitividade nos próximos anos: segurança jurídica; ambiente macroeconômico; eficiência do Estado; governança e desburocratização; educação; financiamento; recursos naturais e meio ambiente; tributação; relações do trabalho; infraestrutura; política industrial, de inovação e de comércio exterior; produtividade e inovação na empresa.

Dentro desses fatores, a CNI traçou 60 objetivos com metas até 2022, último ano do próximo governo. "Parte dos problemas está fora da empresa, mas há fatores que as próprias companhias precisam melhorar, revisando sua gestão", acrescentou Fernandes.

Para além da Educação - que é fundamental para o aumento da competitividade -, o documento aborda questões de eficiência do Estado inclusive nas áreas de Saúde e Segurança, e seus impactos sobre a produtividade da economia brasileira. "O Brasil gasta mais em Segurança Pública do que em Pesquisa e Desenvolvimento. Essa despesa está fora do lugar", criticou o diretor.

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