Economia

Manter reservas custou R$ 71 bi no 1º semestre, diz Tombin

De acordo com o presidente do BC, esse valor se deve principalmente à valorização de 5,88% do real no período


	Tombini: esse valor se deve principalmente à valorização de 5,88% do real no período
 (Valter Campanato/ABr)

Tombini: esse valor se deve principalmente à valorização de 5,88% do real no período (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 12h38.

Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, informou que o custo de manutenção das reservas internacionais que o País possui foi de R$ 71,5 bilhões no primeiro semestre deste ano.

De acordo com Tombini, esse valor se deve principalmente à valorização de 5,88% do real no período.

O presidente do BC participa de audiência pública conjunta das comissões Mista de Orçamento, de Assuntos Econômicos do Senado, de Finanças e Tributação, de Desenvolvimento Econômico, e de Fiscalização Financeira.

Tombini disse que o custo de manutenção das reservas cambiais foi amortizado, em parte, com o ganho nas operações de swap de R$ 20,3 bilhões.

No primeiro semestre de 2014, o BC apresentou resultado positivo de R$ 5,3 bilhões, que foram transferidos ao Tesouro Nacional, como manda a Lei, em setembro.

Tombini ressaltou que o balanço da autarquia auditoria foi emitido sem ressalvas por uma consultoria externa e aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Swap

O presidente do BC disse ainda que o programa de swap cambial conduzido pela instituição "tem atingido plenamente seus objetivos" e afirmou que não há necessidade de rever as posições no curto e médio prazos.

Desde agosto de 2013, o programa ofertou pouco mais de US$ 100 bilhões, o correspondente a menos de 30% das reservas internacionais, informou Tombini aos parlamentares.

O presidente do BC disse que o programa não compromete as reservas internacionais porque os instrumentos são liquidados em reais.

"Os swaps cambiais acabam representando uma oportunidade de redução do custo de carregamento das reservas internacionais, dentro de parâmetros admissíveis de risco e retorno", afirmou.

"Essa situação, portanto, não enseja de nossa parte, qualquer necessidade, no curto e médio prazos, de reversão dessas posições", completou.

Tombini disse que o estoque de derivativos ofertados até agora atende de "forma significativa" à demanda por proteção cambial da economia.

Ele lembrou que além da "ração diária", o BC também oferece linhas com o compromisso de recompra, que são ativadas, segundo o Tombini, sazonalmente, nos períodos de final de ano. A instituição começou a ofertar essas linhas no dia 1º de dezembro.

Câmbio flutuante

O presidente do BC disse também que o câmbio tem flutuado a despeito de a instituição ter oferecido proteção cambial na forma de contratos de swap. Ele frisou ainda que a política cambial no Brasil é flutuante.

Segundo ele, há um fortalecimento global do dólar. "Com o crescimento dos EUA, vai aumentar a demanda pelo dólar. É um movimento global e com isso o real também tem se movimentado", avaliou.

Tombini afirmou que as outras moedas também se depreciaram contra o dólar nesse período, não apenas o real.

"É importante no assunto competitividade o cambio real e não o nominal", afirmou. "Nós controlamos a inflação para que caso haja ganho com depreciação do real, essa depreciação seja real e não nominal", disse.

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