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Mantega vê estratégia producente no combate à inflação

Ministro referiu-se especialmente à ação do Banco Central com o ciclo de alta da Selic de 3,75%

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2014 às 14h35.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que "a estratégia de combate à inflação (do governo) é totalmente producente", referindo-se especialmente à ação do Banco Central com o ciclo de alta da Selic de 3,75 pontos porcentuais, iniciado em abril de 2013 e que foi encerrado em abril deste ano.

"Não estamos permitindo que a inflação fique alta. A inflação pode subir um mês, dois, por fatores sazonais e também com a seca", disse, referindo-se à elevação dos preços ocorrida especialmente em fevereiro e março. "A inflação está caindo significativamente. No segundo trimestre, a inflação será muito menor do que no primeiro trimestre", disse o ministro, que comentou nesta sexta-feira, 30, em São Paulo, o desempenho do PIB no primeiro trimestre.

"A queda da inflação vai contribuir para a melhora da confiança (dos consumidores). E é muito cedo para ter uma projeção anual (para o PIB)", disse. "Os EUA cresceram 1,9% no ano passado e o Brasil cresceu mais", ressaltou.

Mantega destacou que "há um problema mundial", em relação à economia internacional, fato que diminui naturalmente o ritmo de expansão do nível de atividade de todos os países. "Há uma previsão de analistas de que os EUA vão crescer 3% neste ano. E, com essa recuperação, teremos injeção de ânimo da economia e melhora de confiança", em todo o planeta, fenômeno que também vai ser positivo para o Brasil.

Investimentos

Para o ministro, as concessões feitas no ano passado pelo governo federal vão se traduzir em investimentos. Ele disse confiar na recuperação dos investimentos a partir do segundo trimestre. No 1º trimestre, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador de investimentos no Pais, caiu 2%.

O ministro disse ainda que a FBCF foi afetada pelos estoques e pela demanda da famílias no primeiro trimestre. O PIB cresceu 0,2% no primeiro trimestre, na margem, e a FBCF caiu 2%, enquanto o consumo das famílias recuou 0,1%. Ele afirmou ainda que à medida que houver uma melhoria do consumo, isso vai puxar o investimento.

Perguntado se o governo pretende adotar mais medidas para estimular os investimentos, Mantega disse que não. Segundo ele, o governo já adotou muitas medidas para estimular os investimentos. "Hoje é barato fazer investimentos no Brasil. Precisamos é de recuperar o consumo, que vai estimular investimento", afirmou o ministro.

Para ele, a Copa do Mundo vai aquecer o consumo de serviços. Segundo o ministro, os dados de abril já mostram retomada do consumo das famílias. "Em abril, as vendas subiram, como no caso de veículos e comércio varejista", destacou. "É claro que as vendas seriam maiores se houvesse mais crédito. Embora a inadimplência esteja no seu menor patamar, está ao redor de 3%", comentou. "A inadimplência menor cria condições para que o crédito possa voltar", ressaltou. O ministro destacou que "não vai ter fundo" para ajudar os financiamentos de carros.

Reportagem do jornalista Mauro Zanatta, publicada hoje no O Estado de S.Paulo, relata que o governo negocia com um grupo de instituições financeiras, incluindo grandes bancos de varejo, a estruturação de um fundo de investimentos em direitos creditórios (FIDC) no valor de R$ 5 bilhões. O objetivo é aumentar a liberação de crédito para dar mais velocidade ao mercado que tem diminuído nos últimos meses.

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