Mantega rebateu críticas de que os pacotes econômicos sejam "corretivos" e ressaltou que, quando há crise, é preciso "apagar o fogo aqui e acolá" com medidas pontuais (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2013 às 15h28.
Brasília - A desoneração da cesta básica já provocou queda dos preços dos produtos e, em mais uma ou duas semanas de transição, o efeito será "totalmente" sentido no varejo. A estimativa é do ministro da Fazenda, Guido Mantega, em referência à desoneração determinada pela presidente Dilma Rousseff no último dia 8.
"A redução de preços está ocorrendo. Não era automática. A indústria e o varejo estão se adaptando. Já está indo para o preço, mas ainda teremos uma ou duas semanas de adaptação", afirmou em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta quinta-feira, frisando que cortes de tributos são benéficos à população. Ele destacou ainda os gastos do governo com saúde e educação. "Em educação, temos gasto muito mais que as obrigações legais."
"Fogo aqui e acolá"
Mantega rebateu críticas de que os pacotes econômicos sejam "corretivos" e ressaltou que, quando há crise, é preciso "apagar o fogo aqui e acolá" com medidas pontuais. Também negou que o governo conceda "bolsa-empresa". "O que estamos dando é bolsa para os trabalhadores", afirmou. Ponderou, ainda, que, se as empresas não investem e não crescem, não tem emprego. E, por isso, justificou, não dá para dar benefícios só para os trabalhadores.
"Estou há 10 anos no governo, essa política continua. Ela implicou mudanças estruturais na economia, na estrutura de financiamento, tributária, monetária, industrial. São mudanças que vieram para ficar", argumentou. Ele admitiu que o governo adota medidas pontuais, mas que são em menor número. "Para apagar a fogueira", afirmou, citando a desoneração da folha de pagamento e da cesta básica. "Isso é aplaudido por todos."
Mantega mencionou que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) são tributos regulatórios, que servem para calibrar a economia diante de um "excesso ou de uma falta".
Emprego e infraestrutura
O ministro também rejeita a visão de que o governo esteja fazendo uma série de apresentações "espetaculosas" e que não se confirmam. "Prometemos emprego para a população. Ela olha menos o PIB (Produto Interno Bruto) e mais as condições de vida e a renda. Os jovens não tinham perspectivas e hoje são disputados a tapa."
E prosseguiu em sua explanação na CAE: "Inclusive quando a economia teve desempenho mais fraco, continuamos gerando emprego. A massa salarial cresceu 6% no ano passado. A economia brasileira desse ponto de vista está muito bem. Sem falar nos projetos de redução da pobreza."
O ministro disse que o governo também tem projetos de infraestrutura ambiciosos, mas que foram feitos com critérios. "Portanto é exequível. Não estão no Orçamento. Isto é concessão. E existe apetite para fazer estes projetos pelo que estamos conversando com o mercado. Este é um grande desafio e temos condições de leva-lo adiante", afirmou em referência aos projetos de modernização de portos, ferrovias, rodovias, além de concessões aeroportuárias.