Economia

Redução de estímulos nos EUA está precificada, diz Mantega

Segundo o ministro, novos desequilíbrios à economia mundial devem ocorrer quando a maior economia do mundo voltar a elevar os juros

Guido Mantega, ministro da Fazenda, fala durante entrevista com a Reuters em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

Guido Mantega, ministro da Fazenda, fala durante entrevista com a Reuters em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 17h07.

São Paulo - Uma redução gradual do programa de estímulos nos Estados Unidos já está precificada pelos mercados, mas novos desequilíbrios à economia mundial devem ocorrer quando a maior economia do mundo voltar a elevar os juros, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista exclusiva à Reuters.

Para ele, no entanto, o aperto monetário nos EUA deve ocorrer apenas depois de 2014, quando já deverá ter saído do papel o fundo de contingenciamento de reservas que está sendo desenhado pelos Brics --grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul --, o que reduziria o impacto sobre os emergentes.

"Se (os EUA) anunciarem: 'nós vamos diminuir 10 bilhões de dólares por mês, em vez de 85 bilhões serão 75 bilhões', certamente uma decisão como essa, a meu ver, tende a não ter efeito nenhum", afirmou Mantega.

"Não estamos falando de enxugamento da liquidez internacional, estamos falando de uma expansão (monetária) menor", acrescentou o ministro, que deixou de participar da reunião do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial nesta semana, em Washington, para cuidar de questões internas.

Mantega também afirmou que a atual política monetária do Brasil não inibe o crescimento e os investimentos, argumentando que a taxa real de juros (descontando a inflação) continua baixa.

"Não me parece necessário que a gente volte... a taxas reais de juros de 8 por cento. Não é necessário, não faz sentido", defendeu o ministro.

Na noite de quarta-feira, o Banco Central elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, a 9,5 por cento, no quinto movimento de alta seguido e deixando claro para economistas e o mercado que deve levá-la a 10 por cento em novembro.

Questionado se o governo elevará o preço dos combustíveis neste ano, como pede a Petrobras, Mantega respondeu apenas que não há previsão "neste momento", sem dar mais detalhes.

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