Economia

Mantega preocupado com a política monetária americana

"Estamos preocupados com o fato dos Estados Unidos apenas utilizarem a política monetária para estimular a economia americana", declarou Mantega


	O ministro da Fazenda, Guido Mantega: o tema foi um dos abordados no encontro dos ministros dos BRICS, assim como a situação na Eurozona, explicou Mantega
 (Evaristo Sa/AFP)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: o tema foi um dos abordados no encontro dos ministros dos BRICS, assim como a situação na Eurozona, explicou Mantega (Evaristo Sa/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2012 às 09h27.

Tóquio - A política monetária expansionista dos Estados Unidos pode ter efeitos colaterais mais graves que os diretos, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, ao resumir para a imprensa uma reunião dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

"Estamos preocupados com o fato dos Estados Unidos apenas utilizarem a política monetária para estimular a economia americana. É evidente que a política monetária ajuda, mas não resolve os problemas", declarou Mantega após a reunião com os colegas, à margem da assembleia do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"É evidente que se você pratica a expansão monetária durante 10 anos, em algum momento vai dar resultados, mas os efeitos colaterais talvez sejam piores que os resultados diretos", completou.

"Melhor seria se tivessem uma política fiscal mais clara, para complementar uma política monetária expansionista", aconselhou Mantega.

Washington enfrenta a possibilidade de um aumento repentino dos impostos e de cortes drásticos dos gastos públicos, conhecido como "precipício fiscal", em consequência da divergência política entre republicanos e democratas no Congresso, que precisam renovar um pacto a este respeito até dezembro.


O tema foi um dos abordados no encontro dos ministros dos BRICS, assim como a situação na Eurozona, explicou Mantega.

"Temos uma visão parecida com o World Economic Outlook (o relatório do FMI), que faz uma avaliação de que a economia mundial não melhorou", disse o ministro brasileiro.

"Os países europeus estão tomando medidas no caminho correto, os instrumentos que estão sendo construídos são adequados", explicou.

"Mas o problema é que todos estes novos instrumentos demoram", criticou o ministro.

Ao mesmo tempo, os países emergentes devem aproveitar suas sinergias, disse Mantega.

"Temos que aproveitar nosso dinamismo para poder continuar crescendo".

Os ministros do grupo decidiram avançar nos planos de criação de um fundo de reservas e de um banco. Um novo encontro acontecerá em novembro no México.

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