Guido Mantega: "Os países em desenvolvimento estão gerando empregos, com contas fiscais mais equilibradas" (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2011 às 13h08.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que os países em desenvolvimento já superaram a crise e capitanearão o crescimento da economia global em 2011 e nos próximos anos. Durante abertura da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Mantega fez uma análise das perspectivas da economia brasileira e mundial. "Os países em desenvolvimento estão gerando empregos, com contas fiscais mais equilibradas. Esse países, podemos dizer, já superaram a crise", afirmou.
Mantega apresentou um mapa com uma divisão entre países que devem crescer menos de 2% em 2011 (como a região da União Europeia e o Japão), países com expansão entre 2% e 4% (como Estados Unidos e Canadá) e países com crescimento acima dos 4% (como o Brasil e boa parte da América Latina e da Ásia).
"A boa noticia é que o Brasil está entre os países que terão maior crescimento em 2011 e nos próximos anos. O Brasil foi um dos primeiros países a superar crise, mas temos que fazer ajustes para que o País supere alguns problemas nacionais e internacionais que aparecem este ano", afirmou Mantega.
Segundo o ministro, o primeiro ajuste a ser feito pelo governo é de consolidação fiscal, com a retirada por completo dos estímulos concedidos durante a crise e o corte de R$ 50 bilhões nos gastos públicos. "Estamos cortando o gasto público para reduzir a demanda nacional, que está aquecida, e para reconstruir situação fiscal anterior a 2008", completou.
Mantega ressaltou que o ajuste fiscal também permitirá ao Banco Central (BC) reduzir a Selic (a taxa básica de juros da economia) no momento oportuno. "A redução de gastos de custeio vai permitir a expansão dos investimentos e abre caminho para redução dos juros básicos da economia. Claro que isso não acontecerá enquanto a inflação estiver aumentando, não estou falando da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Econômica). Mas quando for o momento adequado, o BC poderá atuar com juros mais baixos", concluiu.