O ministro da Fazenda, Guido Mantega: "vamos tomar medidas assim que elas se tornem necessárias, como temos feito com o câmbio" (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2011 às 14h22.
Brasília - O governo está pronto para tomar novas medidas que atenuem os efeitos da crise econômica mundial, que atinge também países emergentes como o Brasil, disse hoje (23) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal (CAE). Segundo o ministro, é importante garantir a solidez econômica do país neste momento de crise e gerar muitos empregos.
“Vamos tomar medidas assim que elas se tornem necessárias, como temos feito com o câmbio. São medidas que têm permitido uma certa estabilidade”, disse.
Diante dos parlamentares, o ministro voltou a dizer que o Brasil e os emergentes estão em melhor situação diante das turbulências, que tem derrubado bolsas de valores no mundo e desestabilizado as moedas dos países considerados desenvolvidos. Ele também destacou que o Brasil está mais bem preparado para enfrentar a crise do que em 2008.
Mantega disse ainda que a política tem atrapalhado algumas decisões, como nos Estados Unidos, onde o governo só no último instante conseguiu elevar o teto de sua dívida. Ele voltou a mostrar apreensão diante da crise mundial, que, conforme avaliou, passou dos bancos para os governos. “Aqui no Brasil isso não acontece porque o conflito político, embora faça parte da democracia, não tem sido levado a ponto de prejudicar os interesses maiores do país. Quando há problemas, todos colaboram e conseguem soluções. Do ponto de vista político, estamos mais maduros do que os Estados Unidos.”
Ele pediu aos senadores que evitem criar novos gastos para 2011 e 2012. Para Mantega, evitar despesas adicionais pode ajudar na redução de juros e no aumento dos investimentos de forma mais adequada. "Faço um apelo para que os senadores ajudem a cumprir a solidez das contas e não criem novos gastos, como a aprovação da Desvinculação de Receitas da União [DRU], porque isso ameaça a situação do governo."
O ministro defendeu ainda que a consolidação fiscal não significa derrubar investimentos, mas sim abrir espaço para eles ocorram com queda nos juros, em condições adequadas e no momento corretos, com a inflação controlada.
Mantega voltou a dizer que o controle dos gastos públicos permitirá alterações no chamado mix que compõe a política fiscal e monetária, de maneira a criar condições de ajustar melhor as medidas para reduzir os juros à redução de impostos, como forma de enfrentar a crise.