Guido Mantega: "periodicamente haverá reajuste e essa é, digamos, a regra, e não anunciamos com antecedência" (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2013 às 14h11.
São Paulo - Reajustes nos preços dos combustíveis no Brasil ocorrerão periodicamente, disse nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltando que anúncios não serão feitos com antecedência.
"Periodicamente haverá reajuste e essa é, digamos, a regra, e não anunciamos com antecedência", disse ele ao ser questionado por jornalistas após um encontro com empresários em São Paulo.
Uma alta nos combustíveis é reivindicada pela Petrobras. Na segunda-feira, o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, afirmou que a empresa busca "intensamente alinhar os preços internos de derivados de petróleo aos internacionais".
Após a valorização do dólar frente ao real, a Petrobras teve anulados os efeitos dos reajustes de combustíveis realizados no ano passado e no início deste ano. E a empresa continua vendendo combustíveis no Brasil a preços inferiores aos do mercado externo.
Apesar do problema apontado pela direção da estatal, Mantega minimizou a questão.
"O que posso dizer é que nos últimos meses houve convergência em função dos reajustes que foram dados em gasolina e diesel. Houve uma diminuição. E também houve uma diminuição do preço do barril", afirmou o ministro. "Isso diminuiu a diferença entre o preço nacional e o preço internacional." Na sessão de quinta-feira, o primeiro contrato do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, bateu 111,53 dólares por barril, maior cotação desde 2 de abril, quando o barril chegou a ser negociado a 111,79 dólares.
O dólar opera atualmente no maior valor ante o real em mais de quatro anos.
Em julho, antes ainda de um maior avanço do dólar, a defasagem da gasolina vendida no Brasil pela Petrobras e a comercializada no exterior atingiu o maior índice em quase um ano, de acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie).
O diesel foi reajustado duas vezes este ano pela Petrobras --com altas de 6,6 por cento em janeiro e 5 por cento em março--, enquanto a gasolina teve uma alta de 5,4 por cento janeiro.
No ano passado, a Petrobras promoveu dois reajustes no diesel, um de 6 por cento, em julho, e outro em junho, de quase 4 por cento --em junho de 2012, a estatal anunciou também um reajuste de 7,8 por cento no preço da gasolina.
Em 2012, quando a Petrobras anunciou reajustes, o governo reduziu a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) até ela ser zerada para os combustíveis, com o objetivo de neutralizar os impactos dos aumentos para o consumidor final e para a inflação.
Os reajustes de 2013, portanto, acabaram sendo repassados para os consumidores.