Economia

Mantega diz que espera 'flutuação relativa' do dólar

Segundo o ministro da Fazenda, o fato de a crise atual ter origem em países desenvolvidos pode atrair divisas para o Brasil e conter a subida da moeda norte-americana

Guido Mantega: "no passado, era a fuga para a segurança. Hoje, pergunto onde está a segurança. O Brasil, certamente, oferece segurança” (Wilson Dias/ABr)

Guido Mantega: "no passado, era a fuga para a segurança. Hoje, pergunto onde está a segurança. O Brasil, certamente, oferece segurança” (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 16h29.

Brasília – A alta do dólar, provocada pelas incertezas nas economias da Europa e dos Estados Unidos, deve ser momentânea, disse hoje (4) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, o fato de a crise atual ter origem em países desenvolvidos pode atrair divisas para o Brasil e conter a subida da moeda norte-americana.

“Não sabemos a reação do mercado. No passado, era a fuga para a segurança [retirada de capitais do Brasil para os Estados Unidos e a Europa]. Hoje, pergunto onde está a segurança. O Brasil, certamente, oferece segurança”, comentou o ministro.

Apesar de a cotação do dólar ter se aproximado de R$ 1,60 nos últimos dias, após a queda nas bolsas de valores de todo o mundo, o ministro descartou o risco de disparada do câmbio, o que ajudaria as exportações brasileiras e a indústria nacional. “Não acredito em overshooting [valorização excessiva] do dólar, mas em flutuação relativa do câmbio”, declarou.

O ministro comentou a turbulência no mercado financeiro antes de embarcar para o Peru, onde participará de reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Segundo o ministro, os riscos da crise internacional para a América Latina serão o tema central do encontro.

Os países da região, disse Mantega, discutirão a adoção de mecanismos conjuntos de defesa econômica e comercial, como a criação de um banco regional de compensação financeira ou o fortalecimento das instituições que já existem. Também serão debatidas estratégias para conter o fluxo comercial de países desenvolvidos, que se aproveitam da queda do dólar e do euro para despejar nos mercados emergentes mercadorias que não conseguem vender nos países de origem.

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