Guido Mantega: o ministro da Fazenda alertou que a tendência é que a Europa ainda se mantenha, nos próximos três anos, sob os efeitos da crise econômica (Brazil Photo Press/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2012 às 15h26.
Brasília – Em reunião com empresários, em Paris, capital francesa, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (19) que a inflação no Brasil vai ficar dentro da meta, que é 4,5% com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Segundo ele, o processo inflacionário no país não é “preocupante”, referindo-se ao ano em curso e a 2012.
"A inflação segue dentro da meta e vai continuar", disse o ministro. Em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou 0,41%, com um acumulado de 5,24% nos últimos 12 meses – perto do limite superior da meta do governo. Para o ministro, o atual cenário econômico nacional manterá o processo inflacionário sob controle.
Mantega citou, como elementos que contribuem para a estabilidade do cenário econômico, as reduções das taxas de juros, das tarifas de energia e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos novos e a alíquota zero para os eletrodomésticos de linha branca.
O ministro disse ainda que o governo não estuda novas medidas de estímulo econômico. Segundo ele, o crédito deve continuar em alta no país. Mantega disse que mais de 30 milhões de brasileiros ascenderão das classes D e E para a C no próximo ano. Para ele, em 2020, o Brasil será o quinto mercado consumidor do mundo.
Mantega alertou que a tendência é que a Europa ainda se mantenha, nos próximos três anos, sob os efeitos da crise econômica internacional. “Pode-se pensar em dois ou três anos para sair do problema”, disse. “O mercado europeu vai continuar estagnado nos próximos anos”, acrescentou, ao citar questões pendentes e atrasos de ativação em alguns mecanismos de superação da crise.
O ministro se reuniu ontem (18) com o ministro das Finanças da França, Pierre Moscovici, e encerra hoje sua visita a Paris. Mantega reiterou que o Brasil “reúne as condições para continuar a crescer, apesar da crise e com bases sólidas”.
Para Mantega, a decisão do Fed, o Banco Central dos Estados Unidos, de comprar dívida mobiliária em massa prejudica os países emergentes, como o Brasil, com o impacto que tem sobre o câmbio entre o dólar e o real. Segundo ele, depois das eleições norte-americanas, o governo dos Estados Unidos vai pôr em marcha uma política fiscal para estimular a atividade e o consumo.
Da França, Mantega segue amanhã (20) para Londres, no Reino Unido. Na capital britânica, ele participa de uma conferência sobre o crescimento econômico internacional.
*Com informações da BBC Brasil e da agência de notícias de Portugal, Lusa