Economia

Mantega destaca segurança do Brasil para investidores

Mantega mostrou aos investidores alguns pontos positivos do Brasil, como um mercado de derivativos desenvolvido e líquido

Guido Mantega: "temos um dos melhores superávits primários do mundo e temos trabalhado para ter a melhor situação fiscal do mundo" (Nacho Doce/Reuters)

Guido Mantega: "temos um dos melhores superávits primários do mundo e temos trabalhado para ter a melhor situação fiscal do mundo" (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 12h25.

Nova York - O Brasil oferece segurança ao investidor estrangeiro e nacional interessado no País, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a um grupo de 350 investidores em Wall Street. Segundo ele, a economia brasileira voltou a se recuperar a partir do segundo semestre do ano passado e o investimento em infraestrutura deve puxar a expansão da atividade. "Teremos bom crescimento em 2014 e as concessões devem reforçar o avanço do investimento, que é o item que mais cresce no Brasil", disse o ministro.

Mantega mostrou aos investidores alguns pontos positivos do Brasil, como um mercado de derivativos desenvolvido e líquido e ainda citou que o País tem o segundo maior volume de opções de derivativos de juros no mundo, com média de negócios acima de outros emergentes. O ministro citou ainda alguns indicadores econômicos, como a relação entre reservas e importações, que chega a 158% e a dívida bruta, que se mantém em 59% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Temos um dos melhores superávits primários do mundo e temos trabalhado para ter a melhor situação fiscal do mundo", disse, reconhecendo, porém, que a carga tributária no Brasil é elevada. Mantega ressaltou que a piora das contas fiscais em 2012 se deveu a um corte em tributos, incluindo a desoneração da folha de pagamentos.

O ministro disse ainda que as perspectivas para a economia brasileira no segundo semestre são positivas, com o País colhendo frutos de reformas e medidas tomadas nos últimos meses, como a redução de custos financeiros. "Estamos colhendo frutos dos ajustes feitos na economia". Ele brincou dizendo que alguns colegas de ministério não podem nem ver o ministro por causa dos apertos que o governo fez.


"Tivemos recentemente um surto inflacionário, causado sobretudo por uma seca nos Estados Unidos, e a desvalorização cambial, que afetou o poder de compra da população, se refletindo em números do consumo", destacou. "Já notamos uma recuperação. À medida que a inflação está controlada, isso faz com que haja recuperação da capacidade de consumo da população", disse, citando o crescimento do mercado brasileiro de veículos.

Bancos

Segundo Mantega, o Brasil tem tradição em cumprir regras e essa tendência vai continuar. "As regras são claras, bem definidas. A nossa tradição é de cumprir regras no Brasil e pretendemos continuar nessa trajetória", afirmou.

O grande desafio para os programas de concessão, ressaltou o ministro, é o alto volume de financiamento exigido destes projetos, que precisarão de parceiros privados, nacionais e estrangeiros. "O Brasil certamente não possui todos os recursos para isso".

Mantega disse que o governo vai oferecer condições bastante vantajosas para que o setor privado ajude a financiar os investimentos em concessões. Ele reforçou ainda que a participação dos bancos privados, nacionais e estrangeiros é essencial para viabilizar esses empreendimentos, que chegam a ter prazo de 25 anos.

As concessões devem ter uma estrutura em que 60% a 70% sejam de financiamento direto e o restante, em equity (participação acionária). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ficaria focado em financiar projetos de mais longo prazo e os mais difíceis. Já os bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa, entrariam como parceiros de instituições financeiras privadas.

Mantega encerrou sua apresentação destacando que o Brasil tem tomado medidas para reforçar o mercado de capitais, citando como exemplo as debêntures voltadas à infraestrutura, isentas de impostos, e disse ainda esperar retomada das aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês).

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