Guido Mantega: "pedimos aos bancos públicos que na falta de crédito privado, eles entrassem em ação", destacou (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2014 às 14h46.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que "o crédito para o consumo no Brasil nunca esteve tão escasso", embora a inadimplência esteja baixa, pois está ao redor em 4,5%. "Sem restrição do crédito, o PIB estaria crescendo perto de 3%", comentou. O ministro participa de seminário em São Paulo.
De acordo com Mantega, a queda da inadimplência deve propiciar uma tendência de melhora da concessão de financiamentos pelas instituições financeiras privadas. "Pedimos aos bancos públicos que na falta de crédito privado, eles entrassem em ação", destacou. "Quero mais é que o crédito privado dos bancos aumente", ponderou.
Ele ressaltou que só o crescimento da massa salarial não é suficiente para o incremento do consumo do País, mas também é fundamental o aumento dos investimentos, política que o governo já está executando por várias frentes. Ele destacou os programas de Aceleração do Crescimento, o Minha Casa, Minha Vida e também as concessões públicas para projetos em infraestrutura.
Estímulo a investimentos
Mantega disse ainda que o governo tem reduzido tributos para investimentos. Em bens de consumo, de acordo com ele, há uma política sazonal. Ainda de acordo com Mantega, a indústria automobilística é a segunda maior, ficando atrás apenas da indústria de alimentos, e que se não crescer não fará investimentos.
Perguntado sobre o que o governo estaria pensando em fazer para ajudar o setor de açúcar e álcool, o ministro disse que "o setor de açúcar vai muito bem, dependendo do mercado internacional". Já a questão do etanol, de acordo com Mantega, é ligada à gasolina. "O setor poderá ir bem, pois o País manterá a matriz com mistura do etanol à gasolina", disse. O que não se pode fazer, de acordo com Mantega, é aumentar o preço só para beneficiar o setor do etanol.