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Da Redação
Publicado em 5 de março de 2010 às 14h27.
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou que as medidas tomadas pelo governo para atenuar a valorização excessiva do real, a partir de meados de 2009, foram bem sucedidas, mas avaliou que a situação ainda não é a ideal.
"A partir do segundo semestre de 2009, com a situação da crise mundial sob controle, os fluxos de capital começaram a aumentar e o Brasil era o endereço preferido... Resolvemos adotar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e dali em diante a volatilidade diminuiu", afirmou Mantega em seminário sobre as perspectivas da taxa de câmbio, em São Paulo.
Naquele momento, "o dólar estava em 1,70 real e tendia a ficar abaixo disso. Com o IOF, isso foi estancado e, portanto, eu diria que a medida foi bem sucedida", disse ele.
Ao fazer a retrospectiva das medidas tomadas, o ministro disse que o governo ainda teria outras ações caso a valorização excessiva não fosse estancada, citando limites à exposição cambial ou exigência de aporte de capital maior dependendo do risco assumido pelas instituições financeiras.
Mantega avaliou que a situação atual ainda "não é o melhor dos mundos" e o governo precisa estar atento à competitividade da economia brasileira.
Mantega defendeu ainda o regime de câmbio flutuante como o mais adequado e citou que essa avaliação deveria ser mais global. Segundo ele, regimes cambiais como o da China acabam exacerbando os desequilíbrios mundiais.
"Temos hoje uma situação relativamente estabilizada (da taxa de câmbio brasileira), mas não é a ideal... A questão da competitividade não está resolvida, mas não queremos fazer a coisa de qualquer jeito. Não vale tomar qualquer medida que possa perturbar os mercados", disse Mantega, acrescentando que tem levado o tema do câmbio às reuniões do G20 por avaliar ser melhor que haja uma solução de conjunto.
"Precisamos de um novo Bretton Woods para ter uma homogeneidade."