País pode superar a Itália em 2020 e, em 2025, será a 5ª maior economia do mundo (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Brasília - O Brasil recuperou suas taxas de crescimento econômico pré-crise e espera para este ano uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) próximo de 6%, disse nesta quarta-feira (19) o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
"Temos que ser prudentes e estimamos para este ano um crescimento da ordem de 5,5% a 6%", afirmou Mantega em um fórum de investidores em Madri, ponderando que circulam no mercado previsões mais otimistas que apontam uma expansão entre 6,5% e 7%.
O ministro disse que o Brasil, junto com a China, Índia e Rússia - que formam o grupo chamado Bric -, vai liderar a recuperação global neste ano.
"Os países emergentes responderão por dois terços do crescimento mundial em 2010", afirmou Mantega.
Ele aproveitou o evento para apresentar aos investidores as contas saneadas da principal economia latino-americana.
"O Brasil cresce, mas não como um louco, e sim com uma inflação controlada e com a dívida controlada", disse Mantega.
Em maio, as reservas internacionais brasileiras se aproximaram de US$ 250 bilhões, superando com folga os passivos externos do País e preparando o caminho para reduzir a dívida pública líquida para 40% do PIB, segundo o ministro.
De fato, o Brasil, tradicional receptor de recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), agora faz aporte de divisas ao organismo multilateral.
E enquanto a maioria dos países industrializados luta contra déficits fiscais superiores a 3% do PIB, o saldo orçamentário negativo do Brasil provavelmente ficará no final deste ano em 1,5% do PIB, "o déficit mais baixo de todo o G20", disse.
Mantega afirmou ainda que o saneamento das contas vem acompanhado este ano de um forte crescimento do emprego - 950 mil novos postos de trabalho no primeiro quadrimestre.
Segundo o ministro, o endividamento relativamente baixo do Brasil, a demanda pujante por novas casas e os investimentos previstos em grandes obras de infraestrutura - no valor de US$ 450 bilhões entre 2011 e 2014 - assentarão as bases para que a economia brasileira alcance nos próximos anos as nações industrializadas.
Em 2020, o Brasil poderia superar a Itália, segundo o Goldman Sachs, e em 2025, para Mantega, será a quinta ou quarta maior economia do mundo.
Essas perspectivas de crescimento têm atraído os investidores estrangeiros e aumentado em 10 vezes o volume de operações na Bovespa na última década.
"Hoje a bolsa do Brasil é a principal praça acionária da América Latina", garantiu Mantega.
Empresas brasileiras como Petrobras, Itaú Unibanco ou Vale se transformaram nos últimos anos em campeãs globais e agora alcançam ou superam a capitalização de empresas semelhantes como o Banco Paribas, Royal Dutch Shell ou Rio Tinto.