Economia

Mansueto defende aumentar gastos com saúde e assistência aos trabalhadores

Secretário do Tesouro, no entanto, advertiu que "não se pode cometer o erro de transformar esse aumento de gasto em despesa permanente"

Coronavírus: Mansueto afirmou que a quarentena é necessária para conter o avanço da doença (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Coronavírus: Mansueto afirmou que a quarentena é necessária para conter o avanço da doença (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 7 de abril de 2020 às 11h41.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou nesta terça-feira que a pandemia do coronavírus impõe a necessidade de elevação de gastos com saúde e assistência aos trabalhadores e que, nesses esforços, o governo não deve “se preocupar com a economia fiscal.” Mas Mansueto advertiu que “não se pode cometer o erro de transformar esse aumento de gasto em despesa permanente.”

"O desafio de todos nós é não se preocupar com a economia fiscal e gastar com as pessoas, garantindo por exemplo que a saúde dos municípios possa tratar quem precisa. Mas, este ano, é um gasto temporário. O erro que a gente não pode cometer é aumentar o gasto com despesa permanente. Esse erro não devemos cometer. Em especial garantir qualquer recurso para o sistema de saúde-afirmou Mansueto durante o evento “E agora, Brasil?”, organizado pelo GLOBO e pelo Valor Econômico.

O secretário do Tesouro também afirmou outro desafio da crise é proporcionar renda aos trabalhadores que, por causa da pandemia, precisam ficar isolados em casa sem trabalhar. Mansueto disse que a quarentena é necessária e que, diante disso, esses profissionais precisam contar com o Estado.

"É preciso proteger e dar renda a pessoas vulneráveis. Pessoas que não estão podendo trabalhar nesse momento e não por culpa delas. Infelizmente, todos nos tivemos de ficar em casa", afirmou. "O Brasil tem grande quantidade de trabalhadores na economia informal, e temos que fazer quase que um esforço de guerra para achar essas pessoas. Daí a importância do auxílio emergencial de R$ 600 que foi aprovado".

Mansueto afirmou que o terceiro desafio da crise é dar suporte ao empresariado para a manutenção dos empregos.

Também participando do debate, a economista e consultora Zeina Latif apontou as divergências internas do governo e a politização do debate sobre a Covid-19 como grande responsável pela demora na adoção de medidas de combate ao novo coronavírus.

"O Ocidente inteiro errou, mas o Brasil errou mais", criticou.

O evento é uma realização dos jornais O GLOBO e Valor Econômico, o “E agora, Brasil?” tem patrocínio do Sistema Comércio através da CNC, do Sesc, do Senac e de suas Federações.

Acompanhe tudo sobre:BenefíciosCoronavírusMinistério da EconomiaSaúde

Mais de Economia

Presidente do Fed sinaliza que pretende mudar linguagem das diretrizes de sua política

Mesmo com governo contrário, senador do PT assina pedido para CPMI do INSS

BNDES desembolsa R$ 25,2 bi no 1º trimestre, alta de 8% ante 2024

Governo Lula nega reajuste do Bolsa Família para R$ 700