Economia

Mais provas de que quanto mais rico, mais saudável

Relatório mostra que a saúde e a renda melhoram juntas na pirâmide econômica, fazendo com que você seja mais saudável à medida em que sobe na escala salarial


	Executivo deitado em dinheiro: os mais ricos têm menos doenças do que a classe média alta, que por sua vez está em melhor condição do que a classe média baixa, e assim por diante
 (Thinkstock)

Executivo deitado em dinheiro: os mais ricos têm menos doenças do que a classe média alta, que por sua vez está em melhor condição do que a classe média baixa, e assim por diante (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2015 às 22h22.

Independentemente de quanto você ganhar, quem ganha mais do que você tem mais probabilidades de ser mais saudável e viver mais.

Essa é a lição de um novo relatório feito por pesquisadores do Urban Institute e da Virginia Commonwealth University que examinaram os complexos vínculos entre saúde, riqueza e renda.

Ninguém deveria se surpreender de ouvir que a pobreza costuma ser associada à saúde ruim. Algo menos óbvio: a saúde e a renda melhoram juntas em toda a pirâmide econômica.

Os mais ricos têm menos doenças do que a classe média alta, que por sua vez está em melhor condição do que a classe média baixa, e assim por diante.

O relatório do Urban Institute analisou uma dezena de problemas de saúde cuja prevalência segundo o nível de renda das famílias foi registrada pelos Centros para Controle de Doenças dos EUA (CDC).

Em todos os casos, os ricos estão melhor. Com apenas algumas exceções, a saúde melhora regularmente à medida que você sobe na escala salarial.

Expectativa de vida

A expectativa de vida e a saúde geral informada pelos pacientes também declinam junto à renda. E embora as minorias nos EUA sejam menos saudáveis, grande parte da diferença se explica pelas disparidades na renda entre grupos raciais e étnicos.

Esta é outra forma de pensar no assunto: 6,4 milhões de pessoas sofreram derrames cerebrais nos EUA, uma taxa de prevalência de 2,7 por cento em adultos não institucionalizados.

Entre aqueles que ganham quantias de seis dígitos, a taxa é de 1,6 por cento. Se todos tivessem derrames com a mesma taxa que os americanos mais ricos, haveria 2,6 milhões de vítimas de derrames cerebrais a menos no país. Multiplicando essas diferenças por toda uma série de problemas de saúde – diabetes, doenças cardíacas, doenças pulmonares – o tamanho das disparidades sanitárias se torna claro.

Relação complexa

A forma em que saúde e dinheiro se relacionam é complexa. Tanto para ricos quanto para pobres, os dois atributos provavelmente se reforcem entre si.

“A saúde e a renda se afetam em ambas as direções: não apenas uma renda maior facilita a melhoria da saúde, mas uma saúde ruim e deficiências podem dificultar o sucesso na escola ou conseguir e manter um emprego com salário alto”, escreveram os autores do estudo do Urban Institute.

Viver na pobreza muitas vezes significa um menor acesso a alimentos nutritivos ou a lugares seguros para o exercício físico ao ar livre. As pessoas de baixa renda são mais propensas a fumar ou a ser obesas.

Os empregos administrativos são menos exigentes fisicamente e as pessoas que trabalham neles podem tirar um dia de folga para ir ao médico ou se matricular em uma academia. Quase certamente essas pessoas também não trabalham no turno da noite, que está ligado ao câncer e a outros problemas de saúde.


O entrelaçamento entre a saúde e a renda implica que a estagnação dos salários reais e o crescimento da desigualdade também afetam a saúde física e mental do país.

Como diz o relatório do Urban Institute: “É importante lembrar que as políticas econômicas e sociais são políticas de saúde, sendo que elas afetam a expectativa de vida, as taxas de ocorrência de doenças e os custos do atendimento médico de todos os americanos”.

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