Economia

Maia diz que "o que vale" é o placar do plenário

O presidente da Câmara minimizou o Placar da Previdência. O levantamento mostrou que se a votação fosse hoje, o governo não conseguiria aprovar a reforma

Rodrigo Maia: o presidente da Câmara disse que o levantamento feito pelo Grupo Estado só é bom "para vender jornal" (Lucio Bernardo Jr./Agência Câmara)

Rodrigo Maia: o presidente da Câmara disse que o levantamento feito pelo Grupo Estado só é bom "para vender jornal" (Lucio Bernardo Jr./Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de abril de 2017 às 21h45.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou o Placar da Previdência, levantamento feito pelo Grupo Estado que mostra que, se a votação fosse hoje, o governo não conseguiria aprovar a reforma.

"O que vale é o placar do plenário. O placar do Estadão é bom para vender jornal, o placar que é bom para o Brasil é o do plenário", disse.

Segundo o Placar da Previdência, até agora, 242 deputados se manifestaram contra a proposta, mesmo com a opção de suavizar o texto.

São 37 votos a mais do que o necessário para barrar uma proposta de emenda à Constituição, que precisa ter, pelo menos, 308 votos a favor, ou seja, apenas 205 votos contrários.

Apesar da ironia do presidente da Câmara, o placar mostra que o governo Michel Temer enfrenta dificuldade para conseguir aprovar as mudanças no sistema previdenciário, considerada primordial para o governo para colocar as finanças do País em ordem.

Pontos

"Coração" da proposta, a fixação da idade mínima de 65 anos para se aposentar no Brasil é rejeitada pelos deputados.

Hoje, quem não consegue se aposentar por tempo de contribuição acaba se aposentando por idade, que exige idade mínima de 60 anos para mulheres e 65 para homens, além de contribuição ao INSS por 15 anos.

Se a mudança proposta pelo governo for aprovada, será obrigatório alcançar 25 anos de contribuição, mesmo que isso signifique trabalhar além dos 65 anos de idade.

Os deputados querem afrouxar também a exigência de 49 anos de contribuição para ter direito ao benefício integral acima do salário mínimo (76 deputados querem suavizar essa regra).

Com 25 anos de contribuição e 65 anos de idade, o trabalhador terá direito a apenas 76% do benefício se o projeto do governo passar.

Para aprovar a reforma, os parlamentares também querem uma regra de transição para homens com menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 anos, que só se aposentarão com 65 anos, caso o texto do governo for aprovado.

A proposta cria uma regra de transição apenas para homens com 50 anos ou mais e mulheres com 45 ou mais.

Para se aposentar, o governo propõe que essas pessoas paguem pedágio de 50% do tempo de contribuição restante.

O Estado priorizou esses pontos porque são considerados os mais importantes pela equipe econômica para não desconfigurar o texto enviado.

Muitos deputados, porém, fazem questão de ressaltar que também querem outras mudanças, por exemplo, abrandar as exigências para a concessão da aposentadoria rural e do benefício assistencial pago a idosos e deficientes da baixa renda.

Também não concordam com a proibição de se acumular aposentadoria e pensão, desde que respeitado o teto do INSS.

O governo já sinalizou que está aberto a negociar esses pontos.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosGoverno TemerPolítica no BrasilReforma da PrevidênciaRodrigo Maia

Mais de Economia

Governo reduz contenção de despesas públicas de R$ 15 bi para R$ 13 bi e surpreende mercado

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições