Economia

Maia diz que aprovar autonomia do BC no 1º tri depende do governo

Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, o Senado deve votar primeiro a proposta e a Câmara deve aguardar a Casa vizinha

Rodrigo Maia: deputado avalia que os efeitos do coronavírus na economia brasileira podem afetar o crescimento do Produto Interno Bruto (Luis Macedo/Agência Câmara)

Rodrigo Maia: deputado avalia que os efeitos do coronavírus na economia brasileira podem afetar o crescimento do Produto Interno Bruto (Luis Macedo/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de março de 2020 às 19h14.

Última atualização em 5 de março de 2020 às 07h02.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acredita ser possível aprovar ainda neste primeiro trimestre o projeto de autonomia do Banco Central. "Tem chance, mas depende muito da relação com o governo. Se a relação estiver melhor organizada, acho que facilita um tema que está pronto para votar", disse Maia.

Segundo ele, o Senado deve votar primeiro a proposta e a Câmara deve aguardar a Casa vizinha. "O Senado ficou de votar primeiro e depois a gente votar. Vamos esperar o Senado. Mas estamos prontos para votar. Se a Câmara tiver alguma divergência com o Senado, retifica e devolve. O Senado terá a palavra final. A equipe do BC vai ter tempo suficiente para convencer os deputados e senadores que essa inclusão está ou não correta. Aí depende muito da tramitação nas duas Casas."

Em relação às propostas de emenda constitucional do pacote econômico tramitado no Senado, Maia disse que ainda é viável aprovar no primeiro semestre deste ano.

Maia avalia que os efeitos do coronavírus na economia brasileira podem afetar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. Segundo ele, a projeção de crescimento ao final de 2019 já estava abaixo da expectativa. "Somado ao coronavírus, é claro que isso acelera no curto prazo a queda de projeção do crescimento do PIB para este ano", disse.

Ele pontuou, contudo, que é cedo para dizer e apostou em uma recuperação com projeção de crescimento em 2,4%, que era a expectativa no fim de 2019. "Acho que a questão do coronavírus pode ter um encaminhamento que estabilize os problemas e que a gente possa recuperar tanto com gestão do governo quanto com aprovação de reformas", contrapôs.

Maia afirmou ainda que, se o governo demorar para enviar uma proposta de reforma administrativa, a Casa apresentará a sua. "Acho que a Câmara deve e vai dar sua contribuição na reforma administrativa. Se puder ser junto com o governo, bom. Se não puder, acho que durante o mês de março eu tenho a da Câmara, os projetos organizados para que eu possa dividir com os líderes e avaliar o que a gente consegue votando já a partir do mês que vem", declarou.

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