Economia

Maia diz entender preocupação de Bolsonaro sobre Renda Brasil

Bolsonaro foi contra proposta apresentada por sua equipe porque ela dependia da extinção de programas sociais para aumentar valor do "novo Bolsa Família"

Rodrigo Maia e Bolsonaro: "O presidente, hoje, diferente do que vocês avaliaram nos jornais, nas mídias sociais, acho que ele fez uma análise correta" (Adriano Machado/Reuters)

Rodrigo Maia e Bolsonaro: "O presidente, hoje, diferente do que vocês avaliaram nos jornais, nas mídias sociais, acho que ele fez uma análise correta" (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de agosto de 2020 às 18h07.

Última atualização em 27 de agosto de 2020 às 21h02.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira compreender a dificuldade externada pelo presidente Jair Bolsonaro em autorizar cortes de programas como o abono salarial e o seguro-defeso para financiar o Renda Brasil, e defendeu que o Executivo organize a casa e busque medidas de consenso.

Maia, no entanto, disse não ver problema na fala de Bolsonaro de mais cedo, na qual o presidente disse ter decidido suspender a proposta apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para a criação do programa de distribuição de renda que o governo prepara para substituir o Bolsa Família.

"O presidente, hoje, diferente do que vocês avaliaram nos jornais, nas mídias sociais, acho que ele fez uma análise correta", disse o deputado a jornalistas.

"Não é simples acabar com esses programas mesmo não."

Maia disse que a fala presidente não tem "nada de mais" e argumentou que os "caminhos" são construídos a partir dessas divergências.

"Eu acho que o que tem problema é ficar discutindo e avançando em ideias que ainda não estão consolidadas e autorizadas pelo presidente da República", apontou.

"O que a gente precisa, e acho que dentro do governo, com mais preocupação e mais responsabilidade nesse tema, é organizar a casa, organizar o que gera consenso dentro do governo", defendeu.

Maia disse ter conversado com Bolsonaro sobre a prorrogação do benefício emergencial, e da dificuldade do governo de manter o valor de 600 reais até o fim do ano. Segundo o deputado, a Câmara vai tratar do tema "com todo o cuidado e preocupação".

Maia relatou ainda que uma coisa é certa, tanto no Parlamento quanto dentro do governo: o teto de gastos será respeitado.

Negativa sobre reeleição

O presidente da Câmara confirmou ter participado de reunião, na semana passada, com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Negou, no entanto, que tenham tratado da possibilidade de os dois parlamentares poderem concorrer à reeleição para o comando das duas Casas.

"Eu não sou candidato à reeleição", afirmou.

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