Economia

Maia define governo como "usina de crises" e considera Guedes injusto

"Não vamos dar bola para o ministro Paulo Guedes com as agressões que ele fez agora para o parlamento", afirmou o presidente da Câmara

Rodrigo Maia: "Na democracia, a coisa mais bonita é respeitar o adversário. E nisso o Guedes falhou" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Rodrigo Maia: "Na democracia, a coisa mais bonita é respeitar o adversário. E nisso o Guedes falhou" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 14 de junho de 2019 às 17h35.

Última atualização em 14 de junho de 2019 às 18h00.

Brasília - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), definiu o governo como uma "usina de crises" nesta sexta-feira (14), em entrevista à GloboNews. A fala ocorreu horas depois das declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que criticou o parecer da reforma da Previdência apresentado à comissão especial da Casa, afirmando que ela havia sido "abortada".

"Não vamos entrar nessa crise criada pelo ministro, ele pode falar o que ele quiser. Nós estamos muito convictos e eu agradeço e parabenizo o deputado Samuel pelo belo trabalho que fez. Porque, em uma democracia, não é o que um quer, é o coletivo", rebateu.

Por conta do que Maia define como "crises desnecessárias", o parlamento deve "blindar a Previdência" nos próximos dias. Ele também disse se sentir otimista em conseguir aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara e votá-la ainda antes do recesso parlamentar, que ocorre na segunda quinzena de julho. Segundo ele, o parlamento quer garantir uma economia fiscal de R$ 900 bilhões em 10 anos.

"A vida inteira o ministro da Economia sempre foi o bombeiro das crises. Agora, o bombeiro é a Câmara dos Deputados", disse. "Não vamos dar bola para o ministro Paulo Guedes com as agressões que ele fez agora para o parlamento [...] quem vai gerar tranquilidade para o Brasil é a Câmara, o Senado, com a responsabilidade que tem de aprovar a reforma da Previdência e a Tributária", continuou.

Para o presidente da Câmara, o ministro Paulo Guedes não está sendo justo com o Parlamento, "que está comandando sozinho a articulação pela aprovação da reforma". "Se dependêssemos da articulação do governo, teríamos 50 votos, e não a possibilidade de ter 350, como temos hoje", afirmou.

Maia afirma que é muito triste ver o ministro Paulo Guedes dando as declarações que deu hoje. "Na democracia, a coisa mais bonita é respeitar o adversário. E nisso o Guedes falhou", afirmou.

Transição para militares

Maia também rebateu a crítica que Guedes fez sobre a transição para os militares na Previdência.

"A transição que Guedes propôs para militares é de 17%, além do tempo que falta. A nossa proposta é de 100% do tempo que falta. Então, quem fez transição que beneficiou corporações foram o ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro", disse.

*Reuters e Estadão Conteúdo

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