Economia

Maggi diz que governo pode ajudar setor agrícola devido à greve

De acordo com ministro da Agricultura, para ajudar os produtores, o governo provavelmente terá que deslocar recursos de outras áreas ou projeto

Blairo Maggi: "Ninguém vai dar nada de graça para ninguém, mas tudo o que aconteceu não foi por má gestão [dos produtores]" (Agência Brasil/Agência Brasil)

Blairo Maggi: "Ninguém vai dar nada de graça para ninguém, mas tudo o que aconteceu não foi por má gestão [dos produtores]" (Agência Brasil/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 29 de maio de 2018 às 18h50.

Última atualização em 29 de maio de 2018 às 18h50.

Em entrevista exclusiva hoje (29) à TV Brasil e à Agência Brasil, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, admitiu que pode ser necessário que o governo crie algum crédito ou mecanismo para ajudar o setor agrícola, que foi muito atingido pela greve dos caminhoneiros.

"Creio que sim [sobre abrir uma linha de crédito para o setor]. Alguns sofreram muito. Temos áreas que padeceram, perderam muito o plantel. E o plantel é o capital de uma empresa. Talvez tenhamos que buscar uma saída para isso junto aos órgãos oficiais, uma política mais direcionada a eles", disse o ministro, que participa nesta terça-feira do Fórum de Investimentos Brasil, na capital paulista. "Ninguém vai dar nada de graça para ninguém, mas tudo o que aconteceu não foi por má gestão [dos produtores]".

De acordo com Maggi, para ajudar os produtores, o governo provavelmente terá que deslocar recursos de outras áreas ou projetos. "Se nesse momento vai ser importante deslocar algum recurso para os produtores. Para eles ser organizarem, em detrimento até de um novo projeto de investimento, faremos isso sem nenhum problema. Não creio que teremos que buscar espaço fiscal para isso. É dentro do volume que temos", disse.

Segundo o ministro, isso será feito dentro da política de teto de gastos do governo. "Com o teto de gastos, estamos todos dentro da mesma caixa. Se for colocar alguém, alguém tem que sair".

Segundo o ministro, que se reúne na tarde de hoje com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa), ainda não foi feito um levantamento do prejuízo provocado no setor pela paralisação dos caminhoneiros, mas a área mais atingida, disse ele, foi a de produção de proteína animal, que inclui a produção de aves e suínos.

"Na parte de grãos, não há nenhum problema, mas na parte de produção de proteína animal, [há] sérios problemas na atualidade e vamos ter muitos problemas para poder sair da situação que nos encontramos", disse, ressaltando que, apesar disso, o Brasil ainda é um país seguro para investimento.

Sobre a paralisação dos caminhoneiros, o ministro disse que "isso foi uma coisa fora da curva", mas que o Brasil precisa agora "superar". "Traz problemas para o país? Traz, de abastecimento. E provavelmente vai ter inflação e falta de produtos em alguns lugares, mas isso faz parte do processo de um país livre, democrático, onde as pessoas podem se manifestar. Tem que juntar os cacos, aprender a lição de tudo o que aconteceu e seguir em frente", disse.

* Com programa Cenário Econômico, da TV Brasil

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