Blairo Maggi: o ministro declarou que visitará uma série de países que impuseram restrições à importação de carne brasileira em maio (Ueslei Marcelino/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 29 de março de 2017 às 20h15.
Na tentativa de recuperar as exportações de carnes após o impacto negativo da Operação Carne Fraca, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse hoje (29) que "todos os problemas", em especial a redução brutal das exportações, decorreram da narrativa usada pela Polícia Federal ao divulgar a operação.
O ministro, que assinou hoje o decreto de revisão do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), informou que, em maio, visitará uma série de países que impuseram restrições à importação de carne brasileira.
"Obviamente, não posso deixar de ser transparente lá fora como estou sendo aqui dentro. Todo o problema que estamos vivendo é de comunicação quando do lançamento da narrativa da operação. Não estou reclamando da operação, tem todo nosso apoio. Se começamos um trabalho, vamos até o final para depurar o processo e isso dará mais corpo, mais competência ao Ministério da Agricultura para fazer", disse Maggi.
De acordo com o ministro, além de reuniões com representantes de países compradores de carne, na próxima semana o secretário executivo do órgão, Eumar Novacki, fará duas missões internacionais na tentativa de rever barreiras impostas à carne brasileira.
Em maio, será a vez do próprio ministro visitar a Europa, Emirados Árabes, Arábia Saudita e países da Ásia.
"Os grandes avalistas dos nossos processos são os nossos compradores. Eles atestam os nossos produtos. Os países compradores, ao levantar os embargos, estão demonstrando estar de acordo com as nossas políticas, mas o mercado, a dona de casa, os restaurantes que foram contaminados por uma imagem errada terão que ser convencidos e receber explicações da nossa parte", disse Maggi.
Segundo o ministro, o impacto nas exportações só poderá ser calculado após o reestabelecimento dos embarques.
Ele reconheceu, no entanto, que alguns frigoríficos terão "um caixa menor" e não conseguirão pagar funcionários.
"Muito frigoríficos terão um caixa menor, faturamento menor do que previsto e menos do que o necessário para arcar sua contas, funcionários".
Para tentar evitar maiores oscilações no mercado, o Banco do Brasil anunciou hoje que oferecerá operações de créditos para as empresas em dificuldade.
"As operações que estão vencendo nesses dias serão colocadas para o final do mercado para não ter oscilações. O banco está colocando uma ponte para que elas possam ultrapassar esse momento difícil".